A produção industrial brasileira recuou 0,2% em outubro, após avançar 1,1% em setembro e registrar um pequeno crescimento de 0,2% em agosto.
O resultado vem após um ciclo de expansão nos meses anteriores e impacta parcialmente o ganho acumulado de 1,2% nos dois meses anteriores.
O desempenho de outubro ficou abaixo da previsão dos analistas, que esperavam um pequeno crescimento de 0,1%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE, por meio da Pesquisa Industrial Mensal (PIM).
Embora o desempenho mensal tenha sido negativo, a produção industrial acumulou crescimento de 3,4% no ano até outubro e avançou 5,8% quando comparado ao mesmo mês de 2023.
Produção industrial mantém alta no acumulo anual
No acumulado dos últimos 12 meses, a alta foi de 3%. Os números apontam para uma recuperação robusta do setor industrial ao longo de 2024, em linha com o aquecimento da economia, que tem sido impulsionado pela queda das taxas de desemprego, aumento da renda das famílias e pela melhoria nas condições de crédito.
Em termos setoriais, o mês de outubro teve uma predominância de crescimento em diversas atividades industriais. Dos 25 segmentos pesquisados, 19 apresentaram aumento na produção, com destaque para o setor de veículos automotores, reboques e carrocerias, que registrou um significativo avanço de 7,1%.
Isso reflete uma recuperação contínua na indústria de transformação, que tem mostrado sinais de crescimento, principalmente na segunda metade de 2023, com a média móvel trimestral também apontando para um desempenho positivo.
Notícias Relacionadas
Contra o real
Rui Costa diz que reação do mercado é ‘ataque especulativo’
“Vivemos duas realidades no país. A da vida real, da economia real, que cresceu 3,2% no ano passado", disse o Rui Costa
Fed
EUA: Livro Bege e Powell apontam para ciclo de corte de juros mais lento
O Livro Bege apontou que a atividade econômica aumentou ligeiramente na maioria dos distritos
Por outro lado, o setor de coque, produtos derivados de petróleo e biocombustíveis foi o principal responsável pela influência negativa no desempenho do índice geral.
A produção de álcool, em particular, teve uma queda expressiva, devido ao impacto das chuvas intensas registradas na segunda quinzena de outubro, que afetaram a produção de cana-de-açúcar, matéria-prima essencial para a fabricação de etanol.
Essa queda impactou diretamente a produção de derivados de petróleo e biocombustíveis, além de afetar o setor de alimentos, especialmente o açúcar, que também teve desempenho negativo.
Apesar desse revés em alguns segmentos, a produção industrial brasileira continua exibindo um comportamento positivo quando analisada ao longo do ano. Segundo André Macedo, gerente da pesquisa do IBGE, a evolução da produção industrial em 2024 segue em trajetória ascendente, com destaque para o crescimento sustentado da indústria de transformação, o que aponta para um cenário favorável para o setor no médio prazo.
Esses resultados mostram que, embora a produção tenha enfrentado desafios pontuais em outubro, o setor industrial segue com um desempenho consolidado em 2024, respaldado pela recuperação econômica e pelo aumento da demanda interna.
As expectativas para os próximos meses continuam a ser positivas, com a indústria se beneficiando de um cenário mais favorável para a produção e o consumo.
