Industria
Produção industrial / Foto: Pixabay

A produção industrial brasileira caiu 0,4% em setembro, em linha com o consenso de mercado, segundo a PIM (Pesquisa Industrial Mensal) do IBGE.

No trimestre, o setor avançou apenas 0,1% frente ao anterior e desacelerou de 1,6% para 1,5% no acumulado em 12 meses, indicando perda de fôlego após a leve alta registrada em agosto.

A retração foi influenciada por atividades de grande peso, como farmoquímicos e farmacêuticos (-9,7%), indústrias extrativas (-1,6%) e veículos automotores (-3,5%).

Apesar de pouco mais da metade dos segmentos ter registrado alta, o impacto das quedas nesses ramos relevantes prevaleceu sobre o resultado geral.

Entre as grandes categorias econômicas, apenas bens de capital avançaram (0,1%), mas o ganho não compensou as perdas de julho (-0,3%) e agosto (-1,6%).

Em sentido oposto, produtos alimentícios (1,9%) exerceram o principal impacto positivo, acumulando três meses consecutivos de alta e ganho de 4,4% no período.

Também contribuíram os ramos de produtos do fumo (19,5%), madeira (5,5%), borracha e plásticos (1,3%), máquinas e equipamentos elétricos (1,7%), bebidas (1,1%) e metalurgia (0,5%).

Os bens de consumo seguem como destaque negativo, com queda de 2,9% no 3º trimestre de 2025 frente ao mesmo período do ano anterior, segundo cálculos do economista Maykon Douglas.

“A indústria ficou praticamente estagnada no terceiro trimestre e mantém mau desempenho desde o fim de 2024, principalmente na parte de transformação. Mesmo em agosto, quando o setor cresceu, o movimento refletiu uma base estatística baixa. A indústria extrativa tem pesado cada vez mais: quando cai, como em setembro, arrasta o índice geral para baixo”, avalia Douglas.

Segundo o economista, o aperto monetário promovido pelo Copom deve seguir restringindo a atividade.

“A expectativa é de que o Banco Central só inicie o corte de juros em março de 2026, o que tende a adiar uma recuperação mais consistente do setor”, completa.

Indústria cresce 2,0% frente a setembro de 2024

Na comparação anual, o setor registrou alta de 2,0%, com avanço em 16 dos 25 ramos pesquisados. O destaque foi novamente o grupo de produtos alimentícios (+7,1%), impulsionado pela produção de sucos de laranja, carnes, açúcar e embutidos, além das indústrias extrativas (+5,2%), beneficiadas pelo aumento da produção de óleos brutos de petróleo, minério de ferro e gás natural.

Outros setores, porém, tiveram forte retração, como farmoquímicos e farmacêuticos (-10,2%), celulose e papel (-5,9%), máquinas e equipamentos (-4,7%) e têxteis (-11,8%).


A indústria de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (-7,2%) foi a que mais pesou negativamente, afetada pela menor produção de álcool etílico, gasolina e betume.