Produção industrial recua 2,4% em janeiro

O dado ficou abaixo do patamar pré-pandemia.

A produção industrial apresentou uma queda de 2,4% em janeiro deste ano, frente ao mês anterior, eliminando grande parte da elevação de 2,9% em dezembro de 2021. Com o resultado, é observado que a indústria fica em um patamar 3,5% inferior ao alcançado antes da pandemia da Covid-19. As informações foram divulgadas nesta quarta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“Verificamos que o mês de janeiro está bem caracterizado pela perda de dinamismo e de perfil disseminado de queda, uma vez que todas as grandes categorias econômicas mostram recuo na produção, tanto na comparação com o mês anterior quanto na comparação com janeiro de 2021”, disse o gerente da pesquisa, André Macedo, em nota.

O pesquisador ainda aponta que a expansão apresentada em dezembro de 2021 pode estar ligada à antecipação da produção, devido a janeiro ser um mês marcado por férias coletivas e paralisações.

Além disso, vale destacar que o desempenho negativo do setor industrial no mês é algo já vem sendo observado há muito tempo, com o ano de 2021 tendo apresentado oito taxas negativas.

“Até no indicador acumulado dos últimos doze meses, no qual a indústria permanece em crescimento, com expansão de 3,1%, os avanços perdem cada vez mais a intensidade. Em agosto de 2021, a taxa chegou a registrar 7,2%. Em setembro, foi para 6,5%, 5,7% em outubro, 5,0% em novembro e 3,9% em dezembro”, acrescenta Macedo.

Mesmo com a queda no ritmo da atividade industrial em janeiro, o total da indústria no índice de média móvel trimestral permaneceu com uma variação positiva de 0,1%, mas com uma menor intensidade do que o verificado no mês anterior.

“A indústria vem sendo afetada pela desarticulação das cadeias produtivas por conta da pandemia, tendo no encarecimento dos custos de produção e na dificuldade para obtenção de insumos e matéria-prima para a produção do bem final, características importantes desse processo. Além disso, os juros e a inflação em elevação, juntamente com um número ainda elevado de trabalhadores fora do mercado de trabalho, ajudam a explicar o comportamento negativo da indústria.”, analisa o pesquisador.

 

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