Produtores de queijo levam prêmios em meio a clandestinidade

A queixa vem após os produtores mineiros ganharem 40 medalhas, ainda este ano, em uma premiação de queijos na França

Por mais que o queijo artesanal seja um das práticas mais comuns no Brasil, os desafios para seguir as regras de produção e venda são rígidas e dificultam o trabalho manual. Mesmo com os prêmios internacionais conquistados pelos produtores de Minas Gerais, muitos precisam de algumas certificações para sair da clandestinidade.

“Hoje, a certificação nacional é baseada em produtos industriais. Muitos produtores que pegaram esse selo já desistiram, a realidade é muito diferente da nossa, a gente não consegue acompanhar o que eles pedem”, diz o produtor Sérgio Alves.

A queixa vem após os produtores mineiros ganharem 40 medalhas, ainda este ano, em uma premiação de queijos na França. Porém, para participar da competição eles foram obrigados a esconder os queijos em malas de viagens, a única forma de não serem pegos pela fiscalização.

A estimativa de produção artesanal na região é de 85 mil toneladas ao ano, de acordo com a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) mineira. 

“As queijarias podem comercializar no país. Um dos requisitos é o registro sanitário no estado”, explica André Alves, gerente do Instituto Mineiro de Agropecuária.

“Estamos contactando todas as assembleias. Nossa intenção é que elas promovam ações junto a suas bancadas federais para discutirmos a legislação. Só assim os queijos de Minas Gerais, de São Paulo, do Rio, de Goiás, poderão atravessar as divisas de seus estados”, defende o deputado estadual Heli Grilo (PSL).

Com informações da CNN Brasil.