Profissional capacitado não deve temer mudanças, dizem executivos

Que as inovações tecnológicas vem causando uma verdadeira revolução no mercado de trabalho não é novidade. Devido ao avanço de ferramentas cada vez mais automatizadas, diversas profissões estão se extinguindo ou se transformando, o que torna mais rígidas as exigências para os novos profissionais. 

Com o tema “ O novo profissional do mercado financeiro na era pós-digital”, executivos discutiram sobre qual tipo de mão-de-obra eles pretendem contratar e de como conseguir a capacitação desejada para suprir essa demanda. O assunto foi um dos destaques deste segundo dia do Frebaban Tech 2023, evento que acontece em São Paulo nesta semana e que conta com a cobertura do BP Money.

O CFO e co-fundador da Trybe, Claudio Lensing, diz que apesar das dificuldades, não faltará espaço para bons profissionais. “Na nossa visão, o profissional que é extremamente capacitado trabalha onde quiser, é muito difícil competir. Entendo que os pilares possíveis são: cultura sendo colocada na prática; trabalhar com educação, ter um propósito e a pessoa conseguir enxergar uma estrada de desafio dentro da empresa”, opina.

Já o gerente de projetos da Caixa Econômica, Darlan Costa, avalia que as empresas precisam também fazer sua parte para manter a motivação no ambiente de trabalho.  

“Propósito é fundamental. Na Caixa, inclusive, os funcionários têm muito orgulho de trabalhar. Temos a identificação do profissional como propósito. Nosso desafio é tirar do discurso que as “as pessoas são mais importantes”, e sim trazer para a prática a
valorização das pessoas”, destacou. 

“As empresas precisam criar um ambiente em que esse profissional qualificado queira ficar. O salário não é mais o único motivador, ele quer se sentir ouvinte, pertencente. Funcionário que não se sente ouvido, se desconecta à empresa”, reforçou a Senior High Touch Operations Manager da Cisco Systems, Claudia Silva.

Capacitação

As rápidas alterações na cultura laboral vão exigir mudanças comportamentais na mesma velocidade. “Tecnologia, quem não souber, ‘tchau’ ficará de fora. A era de pedir para a área de TI resolver acabou”, resumiu o conselheiro acadêmico da Inteli, Maurício Garcia. “Todas as áreas precisam entender tecnologia. Estudem tecnologia, quem não souber ficará de fora do mercado”, alertou o especialista. 

Entendendo que a falta de mão-de-obra qualificada ainda é grande, empresas se movimentam para qualificar os seus empregados. 

“Criamos um polo específico de TI. O profissional ingressa direto na área de tecnologia para ter uma base e buscar avanço do conhecimento, Na Universidade Caixa temos estrutura ampla de programas de capacitação para transformar o profissional diretamente para o que precisamos”, exemplificou Darlan Costa, da Caixa Econômica.

Atenta a demanda, a Trybe oferece diversas opções de cursos livres de programação e conta com mais de 700 parceiros, que engloba empresas pequenas, startups e fintechs. Para dar conta da procura, eles buscam se adequar a necessidade de cada cliente. “O maior desafio que vemos é conciliar a vida das pessoas com o curso. Criamos flexibilidade no curso para nos adequar a rotina das pessoas”, disse Claudio Lensing.

Febraban Tech

O Febraban Tech 2023 se iniciou na manhã de terça-feira (27), em São Paulo. O BP Money está cobrindo a 33ª edição do evento, que tem como tema central “A bioeconomia e as oportunidades em uma sociedade digital”. 

O evento reúne lideranças dos setores financeiro, tecnológico, sustentável e de áreas interessadas em inovação, para debater temas atuais da economia digital. 

São mais de 100 painéis de conteúdo em nove auditórios/palcos divididos entre os dias 27 e 29 de junho.