
O PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA registrou uma contração de 0,3% no primeiro trimestre de 2025, a primeira desde 2022. Especialistas atribuem esse desempenho negativo às políticas protecionistas implementadas pelo presidente Donald Trump, que incluem tarifas elevadas sobre importações e cortes nos gastos públicos.
Segundo Jorge Kotz, CEO do Grupo X, o recuo no PIB noste-americano de 0,3% no primeiro trimestre de 2025 “reflete a desaceleração de uma economia que já enfrenta desafios estruturais, especialmente com as políticas protecionistas do governo Trump”.
O executivo destaca que as tarifas impostas geraram um impacto direto no crescimento, com uma desaceleração do consumo e um aumento nas importações.
O “tarifaço” de Trump se refere à reintrodução e ampliação agressiva de tarifas sobre importações, especialmente voltadas contra a China, implementadas no início de seu novo mandato em 2025. Um dos pontos mais simbólicos foi a tarifa de 145% sobre produtos chineses, medida que impactou diretamente cadeias produtivas globais e elevou o custo de insumos e bens de consumo nos EUA.
O tiro saiu pela culatra?
João Kepler, CEO da Equity Group, acrescenta que os dados do PIB dos EUA no início de 2025 indicam uma desaceleração que, embora momentânea, coloca o foco na necessidade de um ajuste na política monetária.
Kepler ressalta que a tentativa do governo Trump de enfraquecer o dólar por meio de tarifas elevadas e a redução de gastos do governo se reflete diretamente na demanda global, impactando mercados emergentes.
A estratégia do presidente republicano visa, segundo o próprio governo, proteger a indústria nacional e reduzir o déficit comercial, mas especialistas alertam que ela traz efeitos colaterais importantes: inflação de custos, distorções nas importações — como a antecipação de compras — e retração no crescimento econômico.
O desempenho negativo da economia norte-americana no início de 2025 está diretamente associado ao retorno de medidas protecionistas sob o governo Trump, também avalia Sidney Lima, analista CNPI da Ouro Preto Investimentos.
O especialista explica que o repentino aumento das tarifas fez com que muitas empresas antecipassem suas compras externas, distorcendo o volume de importações e pressionando para baixo o resultado do PIB.
Especilaistas enxergam opotunidade para Brasil em meio a ‘tarifaço’
Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio, observa que “a contração de 0,3% do PIB dos EUA no primeiro trimestre de 2025 revela uma economia americana em transição”.
Monteiro acredita que esse cenário tem sido uma oportunidade para o Brasil, que apresenta um quadro fiscal mais equilibrado, com superávit primário e redução da dívida pública, posicionando-se estrategicamente para atrair investimentos.
“Para o Brasil, esse enfraquecimento do ciclo americano tem implicações diretas na chegada de capitais: o fluxo de investimentos tende a se redirecionar para mercados com maior diferencial de crescimento”, complementa Felipe Uchida, sócio da Equus Capital.
Uchida observa que o Brasil, com sua economia em recuperação e políticas fiscais mais equilibradas, se torna um destino atrativo para investidores internacionais.
Theo Braga, CEO da SME The New Economy, reforça as análises dos colegas ao afirmar que os dados do PIB dos EUA no primeiro trimestre de 2025 traz à tona um cenário complicado para a economia norte-americana, alimentado pelas políticas comerciais protecionistas de Trump”.
O especialista acredita que isso resulta em uma fuga de capital, que começa a se direcionar para mercados emergentes, como o Brasil, que se torna um porto seguro para empreendedores nacionais e para a chegada de investimentos estrangeiros.
Por outro lado, Pedro Ros, CEO da Referência Capital, reforça que “o desempenho do PIB americano no 1º trimestre de 2025, com uma retração de 0,3%, deixa claro que o enfraquecimento da economia global, impulsionado pelas políticas protecionistas de Trump, afeta diretamente os mercados”.
O CEO destaca que o Brasil, por sua vez, começa a colher os frutos de uma gestão fiscal mais responsável, com redução da dívida pública e superávit primário, criando uma base sólida para o país.