Queda inesperada nos serviços tira fôlego da Bolsa e dólar sobe

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A divulgação de dados negativos sobre o setor de serviços tirava o fôlego da Bolsa de Valores brasileira na abertura do pregão desta sexta-feira (12).
O Ibovespa, índice de referência do mercado acionário do país, recuava 0,54% às 11h15, a 107.009 pontos. O dólar subia 0,27%, a R$ 5,4190.
Após alcançar uma alta de 0,31% na primeira meia hora do pregão, o Ibovespa adotou um viés de queda com a repercussão do anúncio do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre o recuo de 0,6% do volume do setor de serviços em setembro. Havia a expectativa de alta de 0,5%.
“O setor terciário [comércio e serviços] é muito importante porque representa cerca de dois terços da atividade econômica”, diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.
Na comparação anual, o setor cresceu 11,4%, mas também ficou abaixo dos 13,5% esperados por analistas.
Além disso, “o avanço robusto na comparação anual se deve à base de referência extremamente deprimida no ano passado, reflexo da restrição de mobilidade maior imposta pela pandemia em 2020”, destacou Guilherme Sousa, economista da Ativa Investimentos.
As ações da Magazine Luiza (MGLU3) recuavam 12,75%, após a empresa reportar resultados abaixo das expectativas devido a um fraco desempenho das lojas físicas. Os papéis eram os mais negociados do pregão e contribuíam para a queda da Bolsa.
Os resultados desfavoráveis à economia do país nos mercados nesta manhã contrastam com o ocorrido na véspera, quando a Bolsa subiu 1,54% e o dólar caiu 1,76%. Na ocasião, investidores ajustaram suas expectativas a um cenário em que a PEC dos Precatórios seria aprovada pelo Senado.
Apesar de autorizar um calote nas dívidas judiciais da União e furar o teto de gastos para que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) amplie o Auxílio Brasil no ano em que ele deverá disputar a reeleição, a medida passou a ser admitida pelo mercado por permitir que investidores precifiquem o risco fiscal do país.
“O que era repulsivo virou atrativo”, comentou Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura. “A PEC dos Precatórios, cujo anúncio desgraçou ao mercado, levou a uma melhora dos ativos locais e à confusão dos analistas após sua aprovação”, disse.
O barril do petróleo Brent recuava 1,45%, a US$ 81,67 (R$ 442,36)