A criptomoeda acabou não resistindo e cedeu para o patamar de US$ 40 mil
Com um novo ano pela frente é compreensível que novas dúvidas e questionamentos surjam. Será que é a hora de comprar dólar? Como o dólar vai impactar nosso real em ano de eleições presidenciais no Brasil, inflação galopante e perspectiva de alta de juros nos Estados Unidos?
Para encontrar a resposta dessas perguntas é preciso analisar a corrida do câmbio. Ainda que o comportamento do câmbio seja praticamente impossível de se prever, os analistas recomendam sempre manter uma parcela de sua carteira em moeda forte, ou seja, o dólar é o favorito.
Se não é trabalho fácil prever o comportamento do dólar em relação ao real, o que dizer então do bitcoin? A principal criptomoeda do mercado foi considerado o melhor investimento de 2021, sua alta foi de mais de 70% em reais e foi a única a superar a inflação.
No entanto, a frustração veio quando o rali que levaria o bitcoin ao patamar inédito de US$ 100 mil não aconteceu. Na verdade, quem decidiu entrar na onda das criptomoedas quando o BTC atingiu a máxima histórica de quase US$ 69 mil está no vermelho.
A criptomoeda acabou não aguentando e cedeu para o patamar de US$ 40 mil, onde se encontra neste início de ano.
Já em outro cenário temos duas seleções se enfrentando e quando colocamos em campo os times do dólar e do real, é difícil não imaginar uma goleada ao estilo 7 x 1. Os motivos pra isso ficam cada vez mais evidentes quando os dados mostram que a economia norte-americana deve novamente crescer mais que a brasileira e a provável alta de juros por lá tende a fortalecer mais a moeda.
Outro contribuinte é o clima de tensão pré-eleitoral no Brasil, que costuma desaguar na corrida ao dólar ao sabor das pesquisas eleitorais. Embora tudo conspire contra o real, vale lembrar que em 2021 a situação era totalmente diferente, já que o Brasil tinha a seu lado as commodities e os juros em alta, que deveriam atrair dólares para o país e fortalecer a nossa moeda. Então sempre existe uma nova chance de zebra.
Quem também passou por uma zebra foi o bitcoin, com a derrapada fim do ano que chocou os entusiastas das criptomoedas. A maré de azar das criptomoedas continuou no primeiro mês de 2022, diante do tom mais duro do Federal Reserve (Fed) contra a inflação.
O BC norte-americano sinalizou que vai mesmo começar a subir os juros neste ano e ainda pode começar a desovar no mercado uma parte dos trilhões de dólares em títulos comprados durante a crise da covid-19.
Caso isso seja verdade, talvez o ano não reserve bons momentos para o bitcoin, já que a alta de juros costuma penalizar ativos que não pagam remuneração ao investidor. Porém, se a visão de que as criptomoedas devem ir muito além da reserva de valor prevalecer, o bitcoin tem espaço para se recuperar testar novas máximas ao longo de 2022.