The Economist

Real tem título de moeda com pior desempenho

Uma revista apontou que os investidores “interpretaram o anúncio como prova de um compromisso insuficiente com a disciplina fiscal”

Foto: Pexels
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Após chegar ao patamar de R$ 6 em relação ao dólar, na última semana, a moeda brasileira segue há quase 30 dias acima dos R$ 6,00 e em trajetória de queda, repercutindo, inclusive, internacionalmente. Recentemente, a revista britânica “The Economist” destacou que o real detém um título vergonhoso em 2024: é a moeda com pior desempenho, “com uma queda de mais de 20%”.

Segundo a revista britânica, a situação piorou na última semana, com a aceleração da desvalorização da moeda, mesmo após as várias intervenções do BC (Banco Central). A publicação ainda apontou que esse patamar histórico reflete o pânico do mercado em relação aos planos no âmbito fiscal.

Mesmo após o anúncio do pacote de contenção de gastos — com cortes extensivos de impostos para trabalhadores de baixa e média renda — a revista apontou que os investidores “interpretaram o anúncio como prova de um compromisso insuficiente com a disciplina fiscal”. Essa afirmativa considera o déficit orçamentário do Brasil, de quase 10% do PIB (Produto Interno Bruto), e uma dívida bruta de quase 90% do PIB. “As preocupações são compreensíveis”, disse a revista. As informações foram obtidas pelo “Valor”.

Além desse cenário, também foram pontuadas as diversas intervenções do BC, como a de 17 de dezembro, quando a autarquia vendeu mais de US$ 3 bilhões em reservas cambiais. Segundo o texto, isso foi “uma tentativa fracassada de sustentar o real”.

Galípolo diz não vê ataque especulativo contra real

Gabriel Galípolo, futuro presidente do BC (Banco Central), disse nesta quinta-feira (19), que não vê um ataque especulativo contra o real. Na sessão da véspera, o dólar bateu um novo recorde de R$ 6,26, exigindo mais uma interferência da autoridade monetária nesta quinta.

Galípolo afirmou, durante coletiva, que a depreciação cambial é uma reação natural do mercado ao cenário econômico do Brasil.

“Não é correto tratar o mercado como um bloco monolítico, como se fosse coordenada andando em um único sentido. Toda vez que há uma mobilização em torno de um ativo há vencedores e perdedores. Então falar que há um ataque especulativo coordenado não representa bem”, comentou o executivo.

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