As alterações climáticas podem gerar um impacto financeiro global de US$ 38 trilhões até 2049. O dado foi publicado nesta quarta-feira (17) por pesquisadores do Instituto Potsdam de Pesquisa de Impacto Climático da Alemanha. O montante representa uma queda de aproximadamente 19% na renda global nos próximos 25 anos.
Os pesquisadores exploraram uma tese fictícia em que consideraram o crescimento global, no atual cenário com as mudanças climáticas, e outro cenário, sem o aquecimento do planeta.
Na pesquisa, mesmo com a redução de cerca de 19% na renda de maior parte dos países, é possível que a renda cresça em alguns pontos do globo. O volume do crescimento só não será maior do que poderia por conta das altas temperaturas.
Entre os danos que podem causar forte impacto financeiro estão os prejuízos em lavouras e as dificuldades de produção decorrentes das condições climáticas extremas, como ondas de calor, secas, tempestades e inundações.
“Esses aumentos de temperatura devem gerar mais danos no futuro, porque serão realmente sem precedentes em comparação com o que já experimentamos historicamente”, declarou Max Kotz, cientista climático que liderou o estudo. As informações são do “InfoMoney”.
Nos últimos 25 anos, efeito estufa gera redução da renda global
O estudo examinou possíveis impactos econômicos passados e usou simulações computacionais para fazer projeções e chegar aos cálculos detalhados. Nos últimos 25 anos, as emissões de gases de efeito estufa teriam causado algumas mudanças na redução de renda no mundo.
Contudo, segundo a pesquisa, na segunda metade do século é possível ter a perspectiva de dois futuros diferentes. Um dos cenários aponta que cortar as emissões de carbono agora pode “melhorar” a situação.
“Se o mundo puder conter a poluição de carbono e chegar a uma tendência que limite o aquecimento a 2 graus Celsius acima dos tempos pré-industriais, que é o limite superior do acordo climático de Paris de 2015, então o impacto financeiro permanecerá em torno de 20% na renda global”, disse Kotz.
“Mas, se as emissões aumentarem no pior cenário, o rombo financeiro estará mais próximo de 60%”, acrescenta o cientista.