
O Ibovespa acumulou alta ao longo da semana, sustentado por um ambiente de menor aversão ao risco, avanço das big techs em Wall Street e sinais mais benignos no front fiscal e inflacionário do Brasil.
A combinação entre arrecadação federal recorde, leitura mais suave do Focus e apostas crescente de que o Federal Reserve pode iniciar cortes de juros já na próxima reunião elevou o apetite por risco local, enquanto dados de atividade — como o Caged mais fraco — reforçaram expectativas de flexibilização monetária doméstica
Na segunda-feira (24), o Ibovespa fechou com alta de 0,33%, aos 155.277,56 pontos, apoiado pelo alívio nas expectativas macroeconômicas após a divulgação da arrecadação federal recorde de outubro e de um Boletim Focus levemente mais benigno para a inflação.
A melhora no humor veio ainda diante da aposta de corte de juros pelo Fed na próxima reunião e da expectativa por uma bateria intensa de indicadores entre Brasil e Estados Unidos nos próximos dias, incluindo PPI, confiança do consumidor, vendas no varejo e o crucial IPCA-15. No câmbio, o dólar comercial encerrou o dia em queda de 0,11%, cotado a R$ 5,39.
Entre os destaques do dia, no campo político, a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro não provocou impactos relevantes no mercado, que já não precificava sua participação eleitoral. Nos EUA, Wall Street teve um dia positivo, com Nasdaq, S&P 500 e Dow Jones encerrando em alta, sustentados pela recuperação dos papéis de tecnologia e pela volatilidade pós-resultados da NVIDIA e pelos dados do payroll.
Na terça-feira (25), o Ibovespa fechou em alta de 0,43%, aos 155.941,61 pontos, enquanto o dólar comercial caiu 0,35%, cotado a R$ 5,37 — movimento influenciado por dados positivos dos EUA que reforçaram o apetite por risco.Apesar da valorização do índice, a Petrobras pressionou o mercado após o recuo em suas ações, motivado pela expectativa de queda no preço do petróleo em um eventual acordo de paz entre Rússia e Ucrânia.
Além disso, no exterior, os números de vendas do varejo dos EUA superaram levemente as expectativas, mas o mercado de trabalho voltou a mostrar enfraquecimento, com cortes médios de vagas segundo dados da ADP.
Na quarta-feira (26), o Ibovespa fechou com alta de 1,70%, aos 158.559,72 pontos. O dólar comercial desceu 0,77%, a R$ 5,335. Durante o dia, a percepção global de risco possibilitou que o índice avançasse. Internacionalmente, o movimento foi influenciado pela recuperação das empresas de tecnologia dos EUA e pela perspectiva de corte nos juros do país.
Na quinta-feira (27), no Brasil, foram divulgados dados de emprego. O Caged apontou que o país criou 85,1 mil vagas, o pior número para o mês de outubro desde o início da série histórica. “Com o Caged mostrando possivelmente um menor aquecimento da economia, temos uma chance maior de queda de juros mais próxima”, comentou Fabio Louzada, economista e cofundador da FBNF – Faculdade Brasileira de Negócios e Finanças.