SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A recente reunião do Ministério de Minas e Energia com a entidade esotérica Fundação Cacique Cobra Coral, que diz controlar o clima, desagradou representantes do empresariado que vêm, há meses, tentando convencer o governo de que haveria benefício econômico em retomar o horário de verão para resolver o problema energético agravado pela falta de chuva.
Fabio Aguayo, diretor da CNTur, uma das entidades de turismo que defende a mudança no relógio para alongar o tempo de atendimento no comércio e nas atividades de lazer, diz que o encontro do ministério com a Cobra Coral mostra que o governo está preocupado, mas não pode contar com a sorte e esperar um dilúvio para resolver a questão energética.
Para Aguayo, o ministro Bento Albuquerque é “intransigente e cabeça dura”. Ele afirma que deve ser difícil por parte do governo admitir a volta do horário de verão porque o debate tomou um rumo ideológico comparável a cloroquina e tratamento precoce, quando deveria ser mais econômico, científico e estratégico.
O grupo pró-horário de verão iniciado por Aguayo, que tem apoio de associações de bares e restaurantes, argumenta que a medida promoveria alguma economia de energia. Também permitiria estender o funcionamento de atividades ligadas ao lazer e ajudaria os negócios mais afetados na pandemia.
“Eles estão em um momento crítico. Não podem contar com a sorte. Não podem contar com a sorte de que vai ter um dilúvio, um tsunami de chuva no Brasil. Não vai. Ficaram tão fechados nesse mundinho deles da ideologia, agora estão indo para o lado esotérico. É o que restou para eles”, afirma Aguayo.
O ministério divulgou comunicado no domingo (17) dizendo que seu encontro com a Fundação Cacique Cobra Coral não foi pedido pela pasta.