Impactos econômicos

RS: BC pode adotar medidas adicionais diante de enchentes

A informação consta na ata da última reunião do Comitê de Estabilidade Financeira

Efeito das enchentes no Rio Grande do Sul
Efeito das enchentes no Rio Grande do Sul / Foto: Marinha do Brasil/Via Fotos Publicas

Segundo o BC (Banco Central), medidas adicionais podem ser tomadas para manter o funcionamento eficiente e a solidez do sistema financeiro diante das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). A informação consta na ata da última reunião do Comef (Comitê de Estabilidade Financeira).

O documento aponta que o BC “seguirá atuando para preservar as condições necessárias à adequada prestação de serviços pelo Sistema Financeiro Nacional (SFN) às famílias e às empresas atingidas pela tragédia”.

Além disso, a ata ressalta medidas tomadas pelo CMN (Conselho Monetário Nacional) e o BC para manter “condições propícias” para que o SFN atue para “amenizar os efeitos econômicos da situação de calamidade pública”.

Segundo o documento, as medidas favorecem a renegociação de dívidas existentes “e ampliam a liquidez das instituições financeiras em que os devedores domiciliados nos municípios em estado de calamidade representam mais de 10% da carteira de crédito total”.

RS: impacto das enchentes no PIB deve aparecer no 2º trimestre

O impacto das enchentes que assolam o estado do Rio Grande do Sul (RS) sobre o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro deve aparecer no segundo trimestre do ano, segundo avaliação de economistas consultados pelo Projeções Broadcast.

Ainda segundo os economistas, os esforços empenhados para a reconstrução do RS, porém, podem gerar uma “compensação parcial” no PIB do trimestre seguinte.

O economista Gabriel Couto afirma que, se o impacto negativo for maior, a recuperação tende também a aumentar. Ele pondera que a duração do efeito deve variar entre os setores.

“Há aqueles em que tende a ser mais rápido, como alguns segmentos dentro de serviços”, exemplifica. “O impacto mais duradouro que vemos é sobre a indústria. A perda de capacidade produtiva e a destruição do capital fixo podem comprometer o setor por um pouco mais de tempo no Estado”, disse o economista.

Diante dessa premissa, o Santander reduziu a projeção para o PIB do segundo trimestre, de crescimento de 0,3% para 0,1%, e aumentou a estimativa para o do terceiro trimestre, de 0,5% para 0,6%.

FMI (Fundo Monetário Internacional) elevou a projeção do PIB brasileiro a médio prazo para 2,5%, ante uma estimativa de 2,0% em 2023.

Apesar do crescimento da projeção, a equipe reconhece que as enchentes que assolam o estado do Rio Grande do Sul (RS) colocam desafios fiscais para o páis.

A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, destacou que é esperada uma retração “natural” no próximo trimestre para o PIB, impulsionada pela situação no Rio Grande do Sul.

No entanto, expressou confiança de que o cenário será revertido até o final do ano, devido aos incentivos do governo.