A chefe de Contas Nacionais do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), Rebeca Palis, afirmou que é necessário esperar as pesquisas mensais de atividades econômicas antes de realizar cortes nas estimativas e avaliar o impacto das enchentes no Rio Grande do Sul (RS) na economia nacional.
Em entrevista coletiva, onde detalhou os números do PIB (Produto Interno Bruto), Palis foi questionada sobre os impactos da crise no RS e se haveria efeitos espalhados ou segmentados. Para ela, ainda não é possível estabelecer o impacto da situação no PIB.
“O que podemos dizer é que o Rio Grande do Sul representa 6,5% da economia nacional”, comentou ela, de acordo com o “Valor”. Além disso, a especialista acrescentou que metade desse percentual responde a municípios que foram classificados em estado de calamidade pública.
Em relação às projeções de mercado, que apontavam para cortes entre 0,2 e 0,4 p.p (ponto percentual) no PIB anual, Palis reiterou que essas estimativas são “especulações”. “Não sabemos o efeito exato. Não temos nenhum dado exato.”
“Com as pesquisas mensais referentes aos períodos de maio e junho, conseguiremos ver esse espalhamento”, comentou.
“Sabemos que temos cidades isoladas, alagadas. Sabemos que algumas áreas de agro foram afetadas e que tivemos estradas, comércio e escoamento de produção afetados. Mas temos que analisar para ver os dados”, concluiu.
RS: Emater estima perda de 2,7 mi de toneladas de soja por enchentes
A Emater/RS (Instituição de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social) no Rio Grande do Sul, em relatório, estimou a perda de 2,7 milhões de toneladas de soja no estado devido às enchentes.
As perdas se referem às áreas que não puderam ser colhidas, ou às que foram colhidas e tiveram baixo rendimento, incluindo soja, milho e feijão, entre outros.
Com isso, o órgão reduziu sua estimativa de colheita da commodity para 19,53 milhões de toneladas, ante 22,24 milhões de toneladas estimadas em março.