Na intenção de estreitar os acordos a serem anunciados pelo chefe de Estado chinês, Xi Jinping, em sua vinda ao Brasil em novembro, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, embarcou na noite do último domingo (13) para Pequim.
Junto com o chefe da pasta, também integram a comitiva o atual diretor de política monetária do BC (Banco Central) e sucessor de Roberto Campos Neto, Gabriel Galípolo; o assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim; o diretor do Departamento de China, Rússia e Ásia Central do Itamaraty, Pedro Terra; além de um representante do BNDES.
Nesta mesma comitiva, há a possibilidade da viagem se estender para Abu Dhabi com o mesmo objetivo. Isso por que Xi Jinping, presidente da China, e Mohammed bin Zayed Al Nahyan, líder dos Emirados Árabes Unidos, iniciarão visitas de Estado em Brasília após a cúpula do G20, que ocorrerá nos dias 18 e 19 de novembro no Rio de Janeiro.
Se a delegação brasileira se limitar a uma visita a Pequim, o retorno está programado para o dia 19. No entanto, caso a viagem se estenda a Abu Dhabi, o retorno acontecerá apenas no dia 22.
Embora o roteiro oficial da comitiva ainda não tenha sido divulgado, a disposição dos participantes é fechar um participação mais robusta da China em investimentos industriais, particularmente na área da transição energética e em infraestrutura, como o programa de integração transoceânica coordenado pelo Ministério do Planejamento.
Fortalecendo laços com a China
Projetos ambiciosos, como a criação de uma fábrica de baterias para veículos elétricos, enfrentam mais resistência por parte dos chineses do que iniciativas relacionadas a turbinas eólicas ou painéis solares.
Além disso, a visita do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, tem como objetivo integrar a indústria de fundos de investimento do Brasil ao fluxo de capital chinês.
Galípolo assumirá a presidência da autoridade monetária em janeiro, substituindo Roberto Campos Neto. Essa não é a primeira missão de Rui Costa relacionada à preparação para a visita de Xi Jinping; ele já esteve em Pequim em agosto.
O governo brasileiro espera que essa viagem possa desbloquear o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) ao explorar o que é visto no Palácio do Planalto como uma “sinergia” com a Iniciativa do Cinturão e Rota, um projeto de infraestrutura da China, sem que o Brasil formalize sua adesão a essa iniciativa.