Ruído fiscal eleva dólar ante real; mercado aguarda decisão do Copom

A decisão tem potencial para pressionar o dólar contra o real

Os temores fiscais acompanham a expectativa do Banco Central de que esta semana terá uma elevação abrupta da taxa Selic, visto que o mercado foi afetado pela notícia de que o governo pretende alterar a dinâmica de pagamento para precatórios e com isso o dólar dispara e atinge a casa dos R$ 5,25.

Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos explica: “O cenário interno é de incerteza política e, ao mesmo tempo, o mercado também começa a ficar preocupado com questões fiscais, que voltam para o radar.”

Com a declaração de Paulo Guedes, ministro da Economia, sobre o pagamento integral dos precatórios calculados para 2022, da ordem de R$ 90 bilhões, do qual atingiria as despesas federais como um todo, e não só o programa Bolsa Família, para o economista da Guide Investimentos,  Alejandro Ortiz, esta seria uma forma de acomodar medidas populistas do presidente.

“Isso tende a elevar o risco fiscal e gestão da dívida pública”, afirma Ortiz ao se referir à retirada de componentes importantes do teto de gastos.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central se reunirá nesta terça-feira (3) para deliberar o novo patamar dos juros básicos. Em dois dias será decidido se a taxa Selic terá mais um aumento, caso isso ocorra, será a quarta alta consecutiva do ano. A expectativa da maioria dos agentes do mercado, apostam em uma elevação de 1 ponto percentual.

Tendo em vista que os juros mais altos tendem a tornar a moeda brasileira mais atraente para o investidor estrangeiro, a decisão tem potencial para pressionar o dólar contra o real.