Nos últimos dias os preços do petróleo se aproximaram dos US$ 100 por barril, em meio a tensão na fronteira da Ucrânia, além do descompasso entre oferta e demanda oriundo da pandemia da Covid-19, mesmo com os esforços da Organizações de Países Exportadores de Petróleo e seus aliados (Opep+). À medida que o petróleo dispara, as bolsas mundiais enxergam as mínimas, sendo permeadas pela alta dos juros e aversão ao risco por parte de investidores.
No momento, o destaque está no conflito na fronteira ucraniana, em que é esperado que as nações encontrem uma solução diplomática para que não cheguem às vias de fato. Na véspera, Vladimir Putin, presidente da Rússia enviou tropas à região leste da Ucrânia, após reconhecer áreas separatista de Lugansk e Donetsk. O movimento causou a derrocada dos principais mercados mundiais, que já estão sendo afetados pelo posicionamento mais rígido de bancos centrais, especialmente o norte-americano.
Em contrapartida a queda das bolsas, o conflito pressiona o preço do petróleo ainda mais para cima. Vale lembrar que a Rússia é um dos maiores produtores mundiais de petróleo e gás natural. A partir disso, o ponto de preocupação é que a tensão possa deteriorar a infraestrutura de energia da zona do euro e que as sanções à Rússia por países ocidentais possam prejudicar as exportações – o Reino Unido já anunciou sanções a bancos e indivíduos russos.
Alinhado a isso, a pressão sobre a Opep+, e membros importantes para o grupo –como a Rússia –, para aumentar a oferta segue balançando os mercados, pois a organização já realiza esforços para cumprir a sua meta de exportação.
Caso haja um confronto ou as operações com a commodity sejam fortemente afetadas, os preços do petróleo podem disparar mais ainda e chocar a economia de países que consomem muito o produto, o que é recai, especialmente, no consumidor final, ou seja, a população sentirá “no bolso”.
E as bolsas?
Nesta manhã, os principais índices globais iniciaram o pregão desta terça-feira (22) em queda. Seguindo o mesmo ritmo, as bolsas da Ásia fecharam no vermelho. Todos os mercados monitoram os desdobramentos da tensão na fronteira ucraniana.
Um possível conflito armado pode gerar um forte impacto no fornecimento de produtos essenciais como níquel, trigo e o tão falado petróleo.
Os receios dos mercados sequenciaram a aversão ao risco por parte de investidores, o que tornou a aderência por ativos considerados seguras mais fortes. De acordo com informações do Estado de Minas, o ouro ultrapassou os US$ 1.900 e se aproximou do seu maior nível no último ano. Por volta das 13h15 desta terça-feira, o ativo registra alta de 0,14%, sendo cotado a US$ 1.902,45.