Rússia X Ucrânia: setor de fertilizantes tem paralisação

O mercado de fertilizantes foi fortemente afetado pela ação russa de invadir a Ucrânia na madrugada desta quinta-feira (24). O mercado, que tem como um dos maiores fornecedores globais a Russia, sofreu paralisação nesta quinta. Na madrugada desta quinta-feira (24) o presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu ter enviado uma operação para a Ucrânia. A autoridade anunciou o ocorrido na televisão, o que aumentou a tensão entre os países. Repórteres correspondentes divulgaram que ouviram estouros de bombas em diversas cidades, inclusive na capital ucraniana Kiev.

“Já vinham ocorrendo menos negócios [no país] nos últimos dois dias, o pessoal vinha retirando listas de preços. Hoje, muitos clientes estão nos procurando para orientações”, conta Marcelo Mello, diretor de fertilizantes da consultoria americana StoneX. A Rússia é um dos maiores fornecedores de nitrogenados, potássicos e fosfatados, nutrientes conhecidos pela sigla NPK.

De acordo com sua análise, os derivativos (futuros dos adubos listados em bolsas) têm refletido rapidamente os acontecimentos do conflito entre russos e ucranianos. A referência de cotações da ureia em Chicago, por exemplo, subiu cerca de 45%, ou US$ 250 por tonelada, no intervalo de uma semana. No Brasil, o nutriente, que saía a US$ 545 por tonelada na semana passada, estava a US$ 800 a tonelada na manhã desta quinta.

“O Brasil é um país altamente dependente de fertilizante do exterior, nossa produção agrícola depende muito deste suprimento externo. Se amanhã, por exemplo, a Rússia resolver que não vende mais fertilizantes para o Brasil, teremos uma redução muito grande da produção agrícola, porque 24% dos fertilizantes do país vem da Rússia e 6% da Bielorrússia, governo do Lukashenko, que é extremamente aliado ao governo de Moscou”, previu o advogado especializado em Direito Econômico Internacional Emanuel Pessoa em entrevista à BP Money condedida no último dia 17.