A forte disparada de inflação e juros não fazem bem a praticamente nenhum setor do mercado, mas o varejista é com certeza um dos mais afetados. A preocupação fiscal combinada a alta taxa de desemprego no país resulta em baixos desempenhos para empresas como Americanas e Via, que já acumulam perdas de 60% neste ano.
Apesar da situação atual no Brasil não parecer favorável para este comércio, tendo em vista que desestimula o consumo da população, analistas preveem que a inflação e os juros devem começar a se estabilizar e as festas de fim de ano devem impulsionar as ações de varejistas.
“A inflação tem se concentrado em alguns itens como energia, alimentos e combustíveis, os outros núcleos já começam a ficar comportados. A recuperação do emprego, ainda que tímida, também ajuda a aquecer o mercado, sobretudo às vésperas de Black Friday e Natal. Outro ponto relevante é o mercado de crédito, que está aquecido e, a inadimplência, adequada”, diz Fernanda Mansano, economista-chefe do TC.
Além disso, o ambiente fiscal também deve cooperar para a melhora das vendas.
“Deve haver um reajuste nessas empresas por causa das festas de fim ano, mas a grande sinalização seria o controle das contas públicas e o impacto disso na inflação. Conforme a gente vislumbre um horizonte sem tantos percalços, os negócios melhoram como um todo”, avalia Danilo Batara, sócio e chefe de mesa de operações da Delta Flow Investimentos.