
O governo federal reduziu a estimativa do salário mínimo para 2026, passando de R$1.518 para R$1.627, conforme documentos recentes enviados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento na última semana.
A mudança na projeção está diretamente ligada ao comportamento da inflação brasileira nos últimos meses. Com os preços subindo menos do que o previsto, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) que serve de base para o reajuste do mínimo, apresentou uma trajetória mais moderada do que a antecipada pelos técnicos governamentais.
Como funciona o cálculo
O reajuste anual do salário mínimo brasileiro segue uma fórmula que combina dois elementos principais: a variação da inflação medida pelo INPC nos 12 meses até novembro e o crescimento econômico do país. O mecanismo estabelece um limite para a valorização real do piso, restringindo o ganho acima da inflação a no máximo 2,5%
Com a nova estimativa, o aumento projetado ficará em torno de 7,2% sobre o valor atual de R$1.518. Entretanto, o número definitivo só será confirmado em 10 de dezembro, quando o IBGE divulgar o INPC de novembro, que fecha o período de referência para o cálculo oficial.
A revisão do salário mínimo tem efeitos significativos sobre o orçamento federal. O piso nacional serve como referência para inúmeros gastos obrigatórios da União, incluindo aposentadorias e pensões do INSS, Benefício de Prestação Continuada (BPC), seguro-desemprego e abono salarial.
Vale destacar que a política de valorização do salário mínimo, retomada pelo atual governo, busca garantir não apenas a reposição da inflação, mas também ganhos reais de poder de compra atrelados ao desempenho da economia.
Mesmo com a pequena redução na projeção, o reajuste previsto ainda mantém o comprometimento com aumentos acima da inflação.