Aumento de 0,25 p.p.

Santander revisa projeção para Selic, mas vê BC mais relaxado

O novo cenário-base do Santander vê a Selic em 11,5% a.a. em 2025, abaixo do consenso do mercado que já espera 12% ao ano em janeiro

Foto: Divulgação
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Se unindo a outras instituições financeiras importantes do Brasil, o Santander também espera uma elevação da Selic (taxa básica de juros) na reunião do Copom na semana que vem.

O novo cenário-base montado pelo banco vê que as elevações de juros devem ser feitas no ritmo de 0,25 ponto percentual pelas próximas quatro reuniões do colegiado do BC (Banco Central), o que levaria a Selic a 11,5% em janeiro de 2025.

Porém, ao contrário das demais instituições, o Santander espera um BC menos restritivo, ou hawkish, visto que o consenso atual espera uma Selic em 12% ao ano no começo de 2025.

Em relatório do Santander destacou que o crescimento o PIB (Produto Interno Bruto) acelerou, mas as expectativas de inflação e a taxa de câmbio continuam sendo uma fonte de preocupação. O documento foi assinado pelo economista Marco Antonio Caruso.

“Desde a última reunião do Copom, em julho, os dados locais têm dado suporte a uma postura ‘hawkish’ [conservadora], enquanto o cenário global parece mais ‘dovish’ [inclinado ao afrouxamento monetário]’, escreveu o especialista do Santander, segundo o “Valor”.

“As expectativas de inflação e o câmbio estão oscilando perto dos níveis observados naquela época, o que é desconfortável para o comitê. Enquanto isso, dados melhores do que o esperado levaram a previsões de crescimento do PIB mais altas, apesar das estimativas do BC de um hiato do produto próximo de zero”, afirmou.

Ao mesmo tempo, outro destaque no cenário tem sido a postura dos principais bancos centrais, que aos poucos está se tornando menos restritiva, sobretudo com maior sensibilidade do Fed (Federal Reserve) ao esfriamento do mercado de trabalho.

Em termos de incerteza, de acordo com o economista do Santander, o comitê considera que a utilização de um ‘guidance’ é ineficaz.

Caruso também indicou que, ao mesmo tempo, uma ampla gama de cenários possíveis alimentou essa incerteza, especialmente com as idas e vindas nos discursos de membros do Copom em aparições públicas.

“Por esse motivo, há alguns dias, alguns membros ‘hawkish’ decidiram esclarecer sua preferência por um aumento gradual — ou seja, de 0,25 ponto. Esse sinal — juntamente com a melhor aceitação do governo há várias semanas — fez com que os analistas revisassem suas previsões para a taxa Selic”, constatou o economista.

Santander (SANB11) capta R$ 7,6 bi via emissão de letras financeiras 

O Santander Brasil (SANB11) comunicou ao mercado, a emissão de letras financeiras (LFs) subordinadas perpétuas, no valor total de R$ 7,6 bilhões. A operação foi realizada através de ofertas privadas direcionadas a investidores profissionais.

Essas Letras Financeiras oferecem a opção de recompra a partir de 2029, porém, essa recompra está sujeita à autorização prévia do Banco Central do Brasil.

De acordo com o comunicado divulgado pelo banco, as LFs serão utilizadas para reforçar o Capital Nível I do Patrimônio de Referência do Santander. Isso terá um impacto positivo no índice de capitalização Nível I da instituição.

A medida faz parte da estratégia do banco para fortalecer sua estrutura de capital e atender aos requisitos regulatórios de solvência, promovendo maior segurança financeira e estabilidade.