Taxa básica de juros

Selic deve ficar acima de dois dígitos até o 1TRI25, projeta BB

O principal motivador são os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul sobre os preços, principalmente no setor de alimentos

Taxa Selic
Foto: Pixabay

Na avaliação de analistas do Banco do Brasil (BBAS3), a taxa básica de juros (Selic) deve encerrar o ano em 10,25% e deve permanecer na casa dos dois dígitos até o primeiro trimestre de 2025.

Antes, especialistas haviam projetado a taxa Selic em 9,75% ao ano ao final de 2024. Para o final de 2025, o BB manteve a perspectiva de 9% ao ano.

De acordo com o BB, embora o IPCA-15 tenha vindo “ligeiramente abaixo” das previsões de mercado, a estimativa é que a inflação oficial do país encerre este ano em 3,8%, ante 3,7% na previsão anterior.

O principal motivador, segundo os especialistas, são os efeitos da tragédia climática no Rio Grande do Sul sobre os preços no varejo e atacado, principalmente sobre os preços dos alimentos.

“Em que pese o processo desinflacionário em curso, permanece o desafio do Banco Central (BC) de levar a inflação brasileira para patamares mais próximos ao estabelecido pelo CMN (3,0%)”, pontuou o BB.

Em meio a isso, o entendimento é que, durante este ano, o Copom (Comitê de Política Monetária) do BC “deve manter uma postura mais cautelosa que vem sendo adotada nos últimos discursos, o que fará com que a taxa básica de juros permaneça em campo restritivo durante o ano”. 

Bradesco (BBDC4) prevê poucos cortes e eleva projeção da Selic

As estimativas para a Selic (taxa básica de juros) deste ano foram revisadas pelo banco Bradesco (BBDC4). Para os analistas, a taxa brasileira deve ficar em 10,50% ao ano em 2024, a previsão anterior era de 9,50%.

A equipe do Bradesco decidiu alinhar-se à mudança de postura do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central), que em sua última reunião saiu da sequência de 6 cortes seguidos em 50 pontos-base da Selic, para apenas 25 pontos-base.

Contudo, essa não foi a única razão. Na ata da reunião, ficou claro que o Copom se preocupa com a inflação, o aperto no mercado de trabalho, a atividade econômica acelerada, além da inflação de serviços intensivos em trabalho estar desalinhada da meta, de acordo com o “Suno”.

“Julgamos que o BC deixou pouco ou nenhum espaço para cortes adicionais da Selic. Diante da mudança da comunicação do Copom, revisamos nosso cenário para a taxa básica neste ano, de 9,50%para 10,50%”, consta no relatório do Bradesco.