Decisão do Copom

Selic: especialistas divergem sobre decisão, mas aposta em alta prevalece

Entre os especialistas consultados pelo BP Money, dois apostam em uma alta da Selic, enquanto um acredita na manutenção

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Copom / Agência Brasil

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne nesta quarta-feira (18) para decidir o futuro da taxa Selic, e o mercado está dividido entre a possibilidade de aumento ou manutenção dos juros básicos da economia. A elevação da Selic poderia frustrar os anseios de consumidores e empresários, que esperam pela redução dos juros para estimular a economia.

Entre os especialistas consultados pelo BP Money, dois apostam em uma alta, enquanto um acredita na manutenção. Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, trabalha com o cenário de estabilidade, enquanto Lucas Almeida, sócio da AVG Capital, e Luiz Rogé, gestor da Matriz Capital, veem uma alta como provável.

Manutenção da Selic pode surpreender

Sidney Lima, analista da Ouro Preto Investimentos, aposta na manutenção da Selic, uma decisão que pode surpreender parte do mercado.

Segundo ele, muitos esperam um Copom mais restritivo que indicaria uma alta dos juros como um sinal de responsabilidade frente aos riscos fiscais. “Essa manutenção, no entanto, enquanto os EUA cortam juros, pode reduzir a competitividade dos ativos brasileiros, gerando uma possível saída de capital e pressionando o câmbio”, comenta Lima.

O analista destaca ainda que a reação do mercado dependerá da leitura do comunicado do Banco Central, especialmente no que tange as expectativas futuras para inflação e crescimento.

Inflação e mercado aquecido justificam alta

Para Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, o mais provável é que o Banco Central opte por um aumento de 0,25 bps na Selic. Ele destaca que, apesar de algumas melhorias no núcleo da inflação, os índices ainda estão acima da meta, justificando a necessidade de uma elevação.

“O mercado de trabalho aquecido, com mais pessoas empregadas e aumento de salários, pressiona o consumo e, consequentemente, os preços”, explica Almeida.

Ele também aponta que o hiato do produto, que mede a diferença entre o potencial e a produção real da economia, sugere superaquecimento, reforçando o cenário de alta da inflação.

Foco em diversificação de investimentos

Luiz Rogé, economista e gestor de investimentos da Matriz Capital, também vê como provável uma elevação de 0,25 p.p. na Selic. Ele menciona a persistência da desancoragem inflacionária e as incertezas fiscais, que tornam o cenário desafiador.

Para Rogé, os investidores devem focar em aplicações indexadas ao CDI, que apresentam uma rentabilidade atrativa, sobretudo em um horizonte de até um ano.

“Eu prefiro não correr o risco do prefixado neste momento, mesmo com as taxas elevadas. O CDI deve oferecer um bom rendimento nesse período”, afirma. Rogé também enxerga oportunidades futuras em títulos IPCA+ de longo prazo, mas acredita que o momento para esse investimento ainda não chegou.

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