Avaliação

Selic: Goldman vê risco de elevação ainda baixo, mas crescente

É possível que o desequilíbrio econômico aumente e obrigue o BC a subir a taxa, disse o economista-chefe do Goldman Sachs, Alberto Ramos

Foto: Reprodução
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Para o economista-chefe para a América Latina do Goldman Sachs, Alberto Ramos, o BC (Banco Central) se tornou a “única âncora” do mercado frente à deterioração fiscal e os riscos de alta da Selic (taxa básica de juros) são crescentes, porém ainda baixos. 

Segundo ele, é possível que o desequilíbrio econômico aumente e obrigue o BC a subir a taxa. “As probabilidades de isso acontecer ainda são baixas, embora mais elevadas do que há dois ou três meses, e aumentando”, comentou.

O economista-chefe do Goldman acredita que o IPCA maior que o esperado para maio, junto aos riscos fiscais, torna improvável um corte da Selic na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que acontecerá na próxima quarta-feira (19), de acordo com o “Valor”.

Até que o nível dos horizonte de riscos melhore e a inflação se alinhe à meta de 3%, o nível da Selic deve seguir em 10,50%, avaliou Ramos.

Para o economista-chefe do Goldman, a “enorme expansão fiscal” de 2023 e 2024 foi injustificada e os custos estão se tornando aparentes. “Nesta fase, a única âncora macro crível no sistema é o Banco Central”, concluiu.

Itaú (ITUB4) vê fim de corte na Selic e projeta alta para 10,50%

Itaú (ITUB4) não vê mais espaço para o BC (Banco Central) cortar os juros na reunião de política monetária em junho, devido à piora nas estimativas para inflação. O banco revisou a projeção da Selic (taxa básica de juros) de 10,25% para 10,50%, para 2024 e 2025.

“A taxa de câmbio voltou para as máximas do ano, descolada de seus pares. Nossa medida ampla de risco-país, calculada com base em preços de ativos e seu desempenho relativo voltou a subir depois de ter alcançado as mínimas pós pandemia no início do ano”, disse a equipe de pesquisa econômica do banco.

“É razoável afirmar que as incertezas domésticas citadas nas comunicações mais recentes do comitê se mantiveram em patamar elevado, ou mesmo aumentaram”, afirma o Itaú, de acordo com o “Valor”.

De acordo com os membros da instituição, os últimos números de atividade econômica continuam mostrando resiliência, com foco no comportamento do mercado de trabalho.