Juros

Selic pode disparar se não houver ‘corte de despesas’, diz AZ Quest

Um dos maiores problemas identificados pelo economista é a ausência de rigor fiscal, na qual a dívida pública já soma níveis preocupantes

Foto: Pixabay
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Em carta mensal aos investidores, o AZ Quest destacou que a necessidade urgente de corte de gastos do governo é fundamental para controlar a inflação e evitar mais elevações da Selic (taxa básica de juros).

“Os juros reais podem ficar acima de 7% a partir de agora, e os juros nominais em torno de 12% durante o período eleitoral”, disse o economista-chefe da AZ Quest, Alexandre Manoel.

Com o Brasil enfrentando em elevar seu superávit primário, que não é alcançado desde 2013, a situação fiscal tem se tornado insustentável, exigindo medidas mais rigorosas para evitar um cenário ainda mais complexo e desafiador, incluindo a alta da Selic.

De acordo com a AZ Quest, para que o País recupere sua credibilidade fiscal, é importante que o governo brasileiro tenha um maior controle sobre suas despesas obrigatórias e mostre resultados transparentes no cumprimento das metas acordadas.

Um dos maiores problemas identificados pelo economista é a ausência de rigor fiscal, na qual a dívida pública já soma níveis preocupantes e não é possível detectar a possibilidade de receitas superiores às despesas públicas, como designadas o ‘Suno’.

Citi revisa pico da Selic para 12% visando cenários do BC

No cenário projetado por Leonardo Porto, economista-chefe do Citi para o Brasil, o BC (Banco Central) deve acelerar a alta da Selic para 0,50 ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), em novembro. 

Sendo assim, a taxa básica de juros deve chegar a 12%, no pico do ciclo, em função da piora das projeções feitas pela autarquia, segundo o executivo.

Anteriormente, o Citi previa que a Selic encerraria o ciclo de alta em 11,50%, mas de acordo com Porto, a revisão do banco se dá em meio a expectativas de inflação desancoradas na casa de 4% — acima da meta de 3% — além da perspectiva de uma apreciação ainda limitada do real.

Na avaliação do BC, conforme recente relatório de inflação, deve haver um ciclo muito mais amplo do que inicialmente previsto pelo Citi.