Alguns segmentos mais sensíveis às movimentações dos juros estão sendo impactados pelas novas perspectivas de crescimento da taxa Selic. Com isso, algumas ações são diretamente afetadas e devem estar no radar dos investidores.
No geral, a alta da Selic torna o crédito mais caro e menos acessível, o que pode ter impacto direto em setores atrelados ao consumo e aos financiamentos. Dessa forma, é comum que, em dias de decisão de política monetária, algumas ações do Ibovespa reajam de forma mais expressiva do que outras.
Contudo, o cenário de juros elevados pode ser atrativo para instituições financeiras. “Na bolsa, com os juros altos, os bancos tendem a se beneficiar, pois podem emprestar dinheiro a taxas mais elevadas e aumentar seus lucros. Isso torna ações de bancos como Bradesco (BBDC4) e Itaú Unibanco (ITUB4) atrativas”, afirmou Lucas Almeida, especialista em mercado de capitais e sócio da AVG Capital, em entrevista ao “Suno”.
Além disso, o cenário de juros elevados pode influenciar negativamente alguns ativos.
Na perspectiva de Vinicius Moura, economista e sócio da Matriz Capital, o setor imobiliário é um dos mais sensíveis à variação da taxa de juros. Além disso, o varejo também é fortemente afetado pela alta dos juros.
Selic: BTG eleva projeção para 12,5% no fim do ciclo de alta
A equipe do BTG Pactual revisou a sua projeção para a Selic (taxa básica de juros) e agora espera que ao final do ciclo de alta a taxa esteja em 12,5%, ante os 12% anteriores.
Claudio Ferraz, economista-chefe para Brasil do banco, e o economista sênior Bruno Martins disseram, em nota, que os dados do RI (Relatório de Inflação divulgados nesta quinta-feira (26) sinalizaram um tom “hawk” e, assim, reforçaram a comunicação adotada pelo Copom (Comitê de Política Monetária) desde a reunião da semana passada.
O BTG projeta três elevações seguidas de 0,5 ponto percentual (p.p.) nas reuniões de novembro, dezembro e janeiro, com um ajuste final de 0,25 p.p. em março.
O RI apresentou uma “substancial revisão” de crescimento da economia brasileira em 2024, segundo os economistas, casada com a avaliação de que o hiato do produto foi para o campo positivo.