O volume de serviços no mesmo de maio ficou estável em comparação a abril, após duas altas consecutivas, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta sexta-feira (12).
Em relação ao mesmo mês do ano passado, o setor mostrou alta de 0,8%. Os dados vieram acima do esperado pelo consenso LSEG de analistas, que previam queda de 0,8% no voume do setor no mês e recuo de 0,1% no ano.
No resultado acumulado em 12 meses até maio, houve aumento de 1,3%. Já o acumulado nos cinco primeiros meses de 2024 é de expansão de 2%.
Na avaliação de Maykon Douglas, economista da Highpar, o setor de Serviços segue em desaceleração gradual, mas permanece resiliente em razão da renda forte.
“Assim como o varejo mais sensível à renda, que performou bem em maio, essa dinâmica é positiva aos serviços e deve provocar surpresas positivas no consumo das famílias dentro do PIB”, destacou o economista.
A expectativa de Leonardo Costa, economista do ASA, é de crescimento de 0,7% do PIB no segundo trimestre e de 2,3% no ano.
Serviços: três das cinco atividades tiveram queda
Das cinco atividades acompanhadas pela pesquisa, três apresentaram queda em maio. O setor de transportes foi destaque, com recuo de 1,6%, devido, principalmente, a menor receita vinda do transporte aéreo, e, em seguida, do rodoviário coletivo de passageiros.
Os demais recuos vieram de informação e comunicação (-1,1%) e de outros serviços (-1,6%).
Em contrapartida, os serviços prestados às famílias (3,0%) e os profissionais, administrativos e complementares (0,5%) tiveram resultados positivos do mês.
Impactos do RS no turismo
O índice de atividades turísticas caiu 0,2% em maio frente a abril, após ter registrado dois resultados positivos seguidos, período em que acumulou um ganho de 2,4%.
Com isso, o segmento de turismo se encontra 4,6% acima do patamar de fevereiro de 2020 e 3,0% abaixo do ponto mais alto da série, alcançado em fevereiro de 2014.
Seis dos doze locais pesquisados acompanharam este movimento de retração verificado na atividade turística nacional. A influência negativa mais relevante ficou com o Rio Grande do Sul (-32,3%), devido às enchentes.
Leonardo Costa chama atenção para o fato de que os desastres no estado afetaram de maneira distinta os dados que medem a atividade doméstica.
“A indústria foi a que sofreu o maior impacto negativo, seguida pela pesquisa de serviços. Por outro lado, o comércio apresentou crescimento, efeito do consumo emergencial”, disse Costa.