
Em janeiro de 2025, o volume de serviços prestados no Brasil caiu 0,2% em relação a dezembro de 2024, conforme dados da PMS (Pesquisa Mensal de Serviços) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), divulgados nesta quinta-feira (13).
O recuo ocorre após um período de estabilidade em dezembro e coloca o setor 15,9% acima dos níveis observados antes da pandemia (fevereiro de 2020), embora ainda esteja 1,1% abaixo do recorde histórico alcançado em outubro de 2024.
No comparativo anual, o volume de serviços cresceu 1,6%, marcando o décimo aumento consecutivo, embora a variação acumulada nos últimos 12 meses tenha desacelerado de 3,2% para 2,9%.
A queda no setor foi impulsionada por três das cinco atividades analisadas, com destaque para os transportes, que registraram uma queda de 1,8% após um pequeno aumento de 0,2% no mês anterior.
Também apresentaram perdas os serviços prestados às famílias, com uma redução de 2,4%, e os serviços profissionais, administrativos e complementares, que tiveram um recuo de 0,5%. Por outro lado, os segmentos de informação e comunicação e outros serviços cresceram 2,3% cada.
Desempenho regional e setorial do índice
A média móvel trimestral do índice também registrou uma diminuição de 0,4% no período encerrado em janeiro.
Entre os setores analisados, apenas o segmento de informação e comunicação apresentou crescimento, com alta de 0,9%.
No cenário regional, 17 das 27 unidades da federação seguiram a tendência de queda observada nacionalmente. As maiores perdas foram vistas no Distrito Federal (-8,7%), Amazonas (-7,0%) e Pernambuco (-4,5%). Em contrapartida, os estados que tiveram os maiores avanços foram Santa Catarina (3,4%), Rio de Janeiro (1,0%) e São Paulo (0,9%).
Turismo sofre queda expressiva
O índice de atividades turísticas registrou uma queda de 6,4% em janeiro, revertendo o crescimento de 3,1% observado em dezembro.
Embora o setor ainda se mantenha 7,2% acima dos níveis pré-pandemia, está 6,4% abaixo do recorde histórico alcançado no mês anterior.
Entre os estados, São Paulo foi o mais impactado, com uma redução de 8,3%, seguido pelo Rio de Janeiro (-5,4%) e Paraná (-5,5%). No entanto, Bahia (1,5%), Santa Catarina (1,7%) e Ceará (1,4%) apresentaram crescimento.
No comparativo anual, o turismo teve uma alta de 3,5%, impulsionado pelo aumento na receita de transporte aéreo de passageiros, restaurantes e serviços de reservas de hospedagem.
Os estados que lideraram o crescimento foram São Paulo (4,0%), Rio de Janeiro (6,6%) e Bahia (9,0%). Por outro lado, Rio Grande do Sul (-6,1%) e Mato Grosso (-11,4%) enfrentaram as maiores quedas.
O que dizem os especialistas sobre o PMS de janeiro?
Leonardo Costa, economista do ASA, comentou sobre os dados do PMS de janeiro de 2025, destacando que o crescimento no setor de serviços foi abaixo do esperado.
Segundo ele, a variação de -0,2% na margem em janeiro, que contrariou as previsões do mercado, indicou uma desaceleração no crescimento dos serviços.
“A média móvel de três meses mostrou uma desaceleração para 0% no crescimento dos serviços, em comparação com a alta de 1% registrada em dezembro de 2024”, afirmou Costa.
O analista apontou também que, entre os componentes, os serviços prestados às famílias registraram uma queda de 2,4%, com destaque para o setor de turismo, que teve um desempenho negativo em janeiro.
“A forte queda nos serviços prestados às famílias impactou negativamente os números, especialmente por sua relação com o PIB”, completou Costa, ressaltando que o setor de transporte e os serviços profissionais também tiveram desempenhos abaixo do esperado.
No entanto, ele destacou os bons resultados nos serviços de informação e outros serviços, que cresceram 2,3% no período.
Costa concluiu sua análise com uma projeção para o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2025, prevendo uma expansão de 0,7% em relação ao trimestre anterior (qoqsa), mas enfatizou que a frustração no crescimento dos serviços no início do ano pode indicar desafios econômicos para o Brasil.