O setor de prestação de serviços, que representa mais de 60% do PIB do Brasil, volta a se recuperar depois do último ano. A prova disso é o Índice de Confiança de Serviços (ICS) que cresceu 1,8 ponto de setembro para outubro.
Responsável pela maior parte da geração de empregos do país, o setor de serviços sofreu uma queda recorde em 2020 quando despencou 7,8% no volume de serviços prestados em comparação com o ano anterior. A queda foi resultado dos efeitos causados pelo coronavírus à economia, tanto no mundo quanto no Brasil.
Por conta da restrição de circulação de pessoas estabelecida durante as ondas do covid-19, a maioria dos trabalhadores informais desse setor foram incapazes de continuar com os serviços, por isso a atividade do setor foi consideravelmente reduzida.’’ disse Nathan Meirelles, analista da BP Money.
Durante o ajuste sazonal, divulgado nesta quinta-feira (28), a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o índice está em 99,1 pontos, tendo aumento de 0,4 ponto nas médias trimestrais. Em nota oficial, a mudança positiva foi vista pelo economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), Rodolpho Tobler, como ‘’melhora da percepção sobre a situação atual e uma reavaliação positiva das perspectivas sobre os próximos meses.’’
Para o economista esse resultado parece confirmar que o setor de serviços continua se beneficiando com as flexibilizações e sendo puxado pelos segmentos que mais sofreram ao longo da pandemia. Outro destaque dessa melhoria foi o setor dos serviços prestados à família, que ficou em alta junto a outros 4 dos 7 principais segmentos do setor, foi o primeiro sinal positivo desse segmento desde que a pandemia começou.
“Esse resultado sugere que o andamento do calendário de vacinação e o enfraquecimento da pandemia influenciam positivamente a retomada da atividade dos segmentos que demandam presença física das pessoas”,disse Tobler.
Projeção 2022
Em setembro, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulgou a Visão Geral da Conjuntura, análise trimestral da economia brasileira, onde a projeção para o crescimento acumulado do PIB foi revista de 2% para 1,8%. Segundo os pesquisadores, essa revisão se deve ao cenário macroeconômico, com persistência da inflação em patamar elevado, impactando o poder de compra da população, e com a consequente necessidade de um aperto monetário maior do que o esperado.
“O ideal é se pensar positivamente a longo prazo, mundialmente falando. Podemos ter melhorias nesses segmentos com a retomadas das atividades em ritmos pré-pandemicos. Isso se consideramos o aumento do PIB e trégua da inflação.”, completou Meirelles,