Economia

Shoppings mantém crescimento no Natal apesar de queda no varejo

Setor manteve crescimento nas vendas, de 0,6%, totalizando uma receita de R$ 5,63 bilhões no período,

Embora o varejo tenha apresentado queda no período de Natal, o índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA) e índice Cielo de Varejo em Shopping Centers (ICVS), elaborado para a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) apontou que, na semana de 19 a 25 de dezembro, o setor manteve crescimento nas vendas, de 0,6%, totalizando uma receita de R$ 5,63 bilhões no período, a maior desde 2019.

Em uma das datas mais importantes do varejo nacional, o Natal segue sendo uma fortaleza do setor de shoppings que apesar de ter conquistado um índice mais estável, esse ano, ganha evidência quando comparado ao varejo total e lojas de rua que apresentaram queda de 0,9% e 2%, respectivamente.

Na avaliação do presidente da Abrasce, Glauco Humai, o desempenho nas vendas de Natal representa um indicativo da resiliência demonstrada pelos shopping centers ao longo do ano, sinalizando melhorias em alguns indicadores ao término de 2023.

“Para o mês de dezembro, se esperava a manutenção dos resultados favoráveis no consumo das famílias, impulsionada pela diminuição da inadimplência bancária resultante das contínuas renegociações de crédito no âmbito do programa Desenrola, bem como pelos alívios nas taxas de juros finais concedidos ao tomador, em comparação com os patamares mais elevados do primeiro semestre. Além disso, a resiliência demonstrada pelo setor evidencia sua capacidade de adaptação a desafios econômicos, consolidando a confiança em um horizonte de crescimento sustentável para 2024”, afirma o executivo.

Vale destacar também o avanço do ticket médio que fechou em R$ 207,04 no setor, um valor 94,3% maior do que das lojas de rua que ficou em R$ 106,54. Falando das regiões do país, o Sul (R$ 231,17) e o Centro-Oeste (R$ 230,07) apresentaram ticket médio superiores ao resultado nacional.

Natal tem pior venda em três anos, diz Serasa

A Serasa Experian informou que as vendas do varejo físico no período do Natal recuaram 1,4% em comparação ao mesmo período do ano passado. Em termos de variação percentual, foi o pior desempenho desde 2020, quando as vendas despencaram 10,3%.

Os dados correspondem ao período de 18 a 24 de dezembro, que concentra boa parte da demanda de produtos natalinos. A metodologia seguiu como base uma amostra das consultas realizadas pelos lojistas no banco de dados da companhia, no momento da venda ao consumidor. Cerca de 6 mil companhias fazem consultas mensais à base da Serasa Experian.

No intervalo entre 22 e 24 de dezembro, o recuo foi ainda maior, de 10,7% ante os mesmos dois dias anteriores ao Natal em 2022.

No material publicado pela empresa, Luiz Rabo, economista-sênior da Serasa Experian, explicou que, “com inadimplência marcando números recordes este ano, a prioridade dos consumidores foi a reestruturação financeira ao optarem por utilizar o 13° salário para o pagamento e renegociação de dívidas”.