SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Centrais sindicais dizem que sindicatos de trabalhadores foram abordados para assinar o manifesto da Fiesp em defesa da harmonia entre os Poderes, mas acharam que falta firmeza no conteúdo do texto, e decidiram escrever um outro documento separadamente, em nome dos trabalhadores.
Conforme antecipou o Painel S.A., da Folha de S.Paulo, na sexta (27), Paulo Skaf, presidente da Fiesp enviou mensagens para entidades e associações dizendo que “mais do que nunca, o momento exige aproximação e cooperação entre Legislativo, Executivo e Judiciário e ações para superar a pandemia e consolidar o crescimento econômico e a geração de empregos”.
O manifesto das centrais sindicais e dos sindicatos deve sair nos próximos dias, segundo João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical.
A avaliação dos sindicatos é a de que o posicionamento de Skaf distribui a culpa entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, quando deveria fazer a crítica mais direta ao papel desagregador de Bolsonaro.
“Faltou ser mais incisivo e dizer onde está o nó das coisas. Na nossa opinião, o nó que prejudica a economia e o desenvolvimento político e econômico é a maneira como Bolsonaro conduz as coisas”, afirma Juruna.
Se, por um lado, os trabalhadores consideraram leve o texto de Paulo Skaf (que é visto como um dos representantes do setor privado com maior aproximação com o presidente), por outro, o governo interpretou o documento como uma crítica, especialmente no momento em que estão acontecendo outras manifestações contrárias à gestão Bolsonaro no empresariado.
Caixa Econômica e Banco do Brasil ameaçaram deixar a Febraban, a federação dos bancos, se a entidade assinasse o documento.