O diretor da agência de classificação de risco S&P e um dos responsáveis pela avaliação de América Latin, Manuel Orozco, analisa que o Brasil precisará retomar o grau de investimento perdido em 2015 para voltar a crescer de forma consistente.
Orozco participou do programa Itaú Views, que foi ao ar nesta segunda-feira (26). A S&P mudou a perspectiva da nota brasileira de “estável” para “positiva” neste mês.
“Claramente estamos vendo mudança na política fiscal, em que ele [governo] quer mais gasto, porém, está procurando mais fontes de financiamento. Isso é importante”, disse.
O diretor da S&P afirmou, no entanto, que para manter a arrecadação, o “crescimento é chave” e criará “resiliência para enfrentar choques e manter o cumprimento das dívidas”.
Orozco ressaltou também que o Brasil viveu a última década sem crescimento, abaixo dos demais emergentes. Por outro lado, afirmou que questões institucionais como a independência do Banco Central e o novo marco fiscal são pontos positivos.
“Nesse aspecto, a agenda de reformas é muito importante, porque isso vai continuar tirando o custo Brasil”, disse.
O Brasil chegou a ter o chamado “grau de investimento” no segundo governo Lula, em 2008, e o perdeu depois no segundo governo Dilma Rousseff, em 2015.
Goldman Sachs projeta dólar a R$ 4,40 no Brasil no fim de 2023
O banco americano Goldman Sachs revisou nesta segunda-feira (19) sua estimativa para o câmbio brasileiro e projetou o dólar a R$ 4,40 no fim de 2023.
A melhora da estimativa foi motivada, principalmente, pelos resultados mais otimistas da economia brasileira, com projeções de queda da inflação e da taxa de juros, além da mudança da perspectiva da nota de risco do Brasil, atribuída pela S&P Global Ratings, na semana passada.
No relatório anterior, o Goldman Sachs havia indicado que, nos próximos três, seis e 12 meses, o dólar chegaria a R$ 4,90, R$ 4,85 e R$ 4,80, respectivamente. Agora, os números, na mesma sequência, foram revisados para R$ 4,60, R$ 4,40 e R$ 4,40.