SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O governo de São Paulo determinou que qualquer bloqueio de caminhoneiro que não seja desfeito por meio de negociações em estradas estaduais seja retirado à força pela Polícia Militar Rodoviária.
Um teste ocorreu nesta manhã de quinta (9), quando a PM conseguiu ver a rodovia Anhanguera desbloqueada na altura de Limeira (145 km de São Paulo). Os motoristas estão nas ruas desde o 7 de Setembro, para apoiar o governo de Jair Bolsonaro.
Seja como for, o clima começou a desanuviar desde que Bolsonaro pediu para que os caminhoneiros se desmobilizassem. O governo Doria, contudo, não tem gestão sobre as rodovias federais que cruzam o estado –aí o problema é da Polícia Rodoviária Federal, e houve registro de ações em duas delas, a Dutra e. Régis Bittencourt.
Bolsonaro foi alertado por auxiliares que sua associação com o movimento após ter convocado os caminhoneiros a apoiá-lo nos atos golpistas do 7 de Setembro teria consequência sobre sua popularidade decadente, já que o desabastecimento seria o problema número 1 em caso de crescimento dos bloqueios.
Militares sempre acompanham, por meio de seus serviços de inteligência, esse tipo de movimentação no país. A avaliação é de que, até pelo caráter político do ato agora, o temor de Bolsonaro de ver o caldo desandar vai colaborar decisivamente para encerrar a crise.
Em 2018, as Forças Armadas foram chamadas para intervir na crise e desbloquear estradas, mas o cenário era bem diferente, de desabastecimento generalizado e estado de emergência em várias regiões do país.
O problema é que os caminhoneiros foram às ruas incentivados por Bolsonaro, então um movimento nesse sentido seria obviamente lido como o golpe que constituiria.
Diz um auxiliar do presidente que não dá para afirmar que ele não pensou no assunto, mas certamente viu que o preço em popularidade seria impagável, ainda mais com a crise econômica já adensada –vide a inflação e o apagão possível.