Luis Stuhlberger, sócio-fundador da Verde Asset, afirmou ao “InfoMoney” que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “deixa um grau de angústia e apreensão” depois de seus mais recentes discursos.
Na visão do gestor, era esperado que o petista adotasse um governo semelhante ao esboçado no discurso de vitória, no dia 31 de outubro, na Avenida Paulista. Na época, Lula disse que seu mandato seria focado em governar para todos.
Stuhlberger relatou que “ficou surpreso com o comportamento do Lula” após as nomeações para ministros e o discurso da posse. Para o gestor, existem alguns motivos que fizeram a conduta do atual presidente mudar de tom.
O gestor aponta que Lula acredita que o mesmo modelo de 2003, de gastos elevados que depois se revertem em PIB mais alto, ainda é aplicável aos dias atuais.
Stuhlberger também disse que o governo de Jair Bolsonaro (PL) deixou R$ 200 bilhões de gastos e a sociedade não se opôs. Em sua visão, Lula também quer “seus R$ 200 bilhões” sem ser visto como “irresponsável fiscalmente”.
Por fim, Stuhlberger crê que Lula tenha uma grande preocupação na rápida elevação do Produto Interno Bruto (PIB), visto que grande parte do seu eleitorado faz parte do que o gestor chama de “Brasil que recebe PIB”.
Fundo Verde mantém exposição à Bolsa
A Verde Asset Management, gerida por Luis Stuhlberger, iniciou o ano de 2023 segurando as posições já assumidas para seu fundo multimercado. Por meio de sua carta mensal, a gestora afirmou que seu time de gestão está “motivado para entregar excelentes retornos ajustados ao risco” em 2023. As informações são do portal “Estadão”.
“O fundo manteve exposição na Bolsa brasileira, assim como a posição vendida (que opera na expectativa de desvalorização) na bolsa americana via opções. A posição comprada (que opera na expectativa de valorização) em inflação implícita no Brasil e a pequena posição aplicada (aposta na queda) em juro real também foram mantidas, além do risco tomado em juros na Europa”, escreveu a Verde.
Em dezembro de 2022, o fundo Verde FIC FIM apresentou alta de 0,93%, abaixo do indicador de referência (CDI, +1,12%). Os ganhos vieram da posição tomada em juros na Europa, dos livros de bolsa global e de crédito e das posições de commodities.
“Quando analisamos o ano de 2022 por inteiro, o grande destaque do fundo foi o portfólio de renda fixa, especialmente as posições tomadas em juro nos Estados Unidos e Europa, além da compra de inflação implícita no Brasil e os livros de crédito tanto local quanto offshore. Também a posição comprada em petróleo, as proteções de bolsa global, e os livros de trading agregaram retornos positivos à cota do fundo. Do lado negativo, a carteira de ações no Brasil foi o detrator relevante do fundo no ano”, disse a carta.
A Verde ainda destacou no documento sua desconfiança a respeito do terceiro mandato presidencial de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).