Expert XP 2024

SVN sobre câmbio: movimento do BC é positivo, mas ‘valorização deve ser natural’

O head da SVN destacou que os formuladores de política monetária precisam “fazer o dever de casa" para evitar essas "intervenções pontuais"

Renan Mazzo, head de câmbio da SVN / Foto: Gabriel Rios/ BP Money
Renan Mazzo, head de câmbio da SVN / Foto: Gabriel Rios/ BP Money

O head de câmbio da SVN Investimentos, Renan Mazzo, declarou nesta sexta-feira (30) que a decisão do BC (Banco Central) de intervir para melhorar o real é positiva, “mas o que deve ser buscado é uma valorização da moeda brasileira de forma natural”.

A afirmação ao BP Money foi feita durante o Expert XP 2024. Em complemento à fala, o head da SVN destacou que os formuladores de política monetária do Brasil precisam “fazer o dever de casa para evitar a necessidade dessas intervenções pontuais”.

Na última quinta-feira (29), o BC anunciou a realização de um leilão de venda de dólares à vista, no valor máximo de US$ 1,5 bilhão.

O real tem sido afetado pelo cenário econômico internacional. O Fed (Federal Reserve), o BC dos EUA, já confirmou que haverá um corte na taxa de juros dos EUA na próxima reunião das autoridades norte-americanas. Como consequência, a Selic (taxa básica de juros) deve iniciar seu ciclo de altas.

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Nesse contexto, Mazzo ponderou que um dos principais fatores que impactam a cotação da divisa nacional é o “diferencial de juros”. “Quando o país tem uma taxa básica de juros muito alta, isso acaba atraindo investimentos em renda fixa.”

A título de exemplo, ele mencionou que geralmente os investidores preferem “ganhar 15% ao ano investindo no Brasil do que 8% ao ano investindo no México”. Ou seja, o movimento atrai investimento para o Brasil e a tendência é valorizar o real.

Taxa de juros dos EUA tende a pressionar outras moedas, diz head da SVN

Ainda durante a entrevista ao BP Money, o head de câmbio da SVN Investimentos, Renan Mazzo, destacou que o fator que mais tende a pressionar as moedas são as taxas de juros norte-americanas. “É a economia mais forte do mundo e vista como mais segura também.”

“Uma redução nas taxas de juros norte-americanas impacta muito positivamente a moeda de países emergentes. Assim, os investidores tendem a começar a ter maior apetite ao risco e a investir em locais onde esse risco é um pouco mais elevado, como os países emergentes.”