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PNAD: taxa de desocupação sobe e vai a 6,5%

No último trimestre móvel, 7,2 milhões de pessoas estavam desocupadas no país

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Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil/Divulgação

A taxa de desocupação no Brasil chegou a 6,5% no trimestre encerrado em janeiro, aumentando 0,3 p.p. (ponto percentual) em relação ao trimestre de agosto a outubro de 2024 (6,2%), segundo dados da PNAD Contínua divulgados pelo IBGE nesta quinta-feira (27). No último trimestre móvel, 7,2 milhões de pessoas estavam desocupadas no país.

Isto representa uma alta de 5,3% em relação ao trimestre entre agosto e outubro. Já na comparação anual, o número de pessoas desocupadas recuou 13,1%, com uma redução de 1,1 milhão de pessoas desocupadas.

Trata-se da segunda variação positiva em sequência, após o menor nível de desocupação da série histórica registrado no trimestre móvel de setembro a novembro (6,1%).

Já a taxa de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) ficou em 15,5%, resultado considerado estável na comparação trimestral (15,4%).

A quantidade de pessoas ocupadas ao final do trimestre que terminou em janeiro deste ano era de aproximadamente 103,0 milhões, apontou a PNAD. Isso significa uma diminuição de 0,6%, ou seja, menos 641 mil pessoas em relação ao trimestre anterior.

Comparando com novembro de 2023 a janeiro de 2024, quando havia no Brasil 100,6 milhões de pessoas ocupadas, ocorreu alta de 2,4% (mais 2,4 milhões de pessoas).

O nível da ocupação (percentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar), por sua vez, atingiu 58,2%, redução de 0,5 p.p. ante o trimestre de agosto a outubro de 2024 (58,7%). Confrontado ao mesmo trimestre do ano anterior (57,3%), esse indicador teve variação positiva de 0,9 p.p.

“A taxa de desocupação para este trimestre, de 6,5%, foi menor do que em 2024 no mesmo trimestre (7,6%), ou seja, houve grande evolução”, afirmou, em nota, o analista da pesquisa William Kratochwill.

“No entanto, a variação de 0,3 pontos percentuais em relação ao trimestre terminado em outubro do ano passado foi a maior desde 2017 (0,8 p.p.), igualando 2019”, ponderou o especialista.

PNAD revela taxa de informalidade no trimestre de 38,3%

A taxa de informalidade (proporção de trabalhadores informais na população ocupada) foi de 38,3%, equivalente a 39,5 milhões de trabalhadores informais. Esse índice foi inferior ao verificado tanto no trimestre móvel anterior (38,9%) como no mesmo trimestre de 2024 (39,0%).

A queda na informalidade é consequência da redução do contingente de trabalhadores sem carteira assinada (13,9 milhões), acompanhada da estabilidade do número de trabalhadores por conta própria (25,8 milhões) nas comparações trimestral e anual.

Por outro lado, o contingente de ocupados no setor privado com carteira (39,3 milhões) ficou estável na comparação trimestral e cresceu 3,6% frente ao mesmo trimestre do ano anterior.

Taxa de desocupação por setor

Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais puxaram queda da ocupação

Nenhum dos dez grupamentos de atividade investigados pela PNAD Contínua do IBGE registrou crescimento na ocupação frente ao trimestre móvel anterior (agosto a outubro de 2024).

Dois deles apresentaram redução: Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,5%, ou menos 469 mil pessoas) e Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (2,1%, ou menos 170 mil pessoas).

“Os dados mostram que no início de cada ano há um movimento de desligamentos na Administração pública, saúde e educação, e mesmo com a redução de 2,5% em relação ao trimestre anterior, esse grupo está 2,9% maior do que no mesmo trimestre do ano anterior”, disse Kratochwill.

“O contingente de trabalhadores na Agricultura também apresentou redução, e apesar de se manter no nível do ano anterior, o volume de trabalho nesse grupamento vem se reduzindo ao longo dos anos. Neste mesmo trimestre de 2013, por exemplo, havia 10,1 milhões de trabalhadores, e hoje temos cerca de 7,7 milhões”, observou.

Em relação ao trimestre de novembro de 2023 a janeiro de 2024, cinco grupamentos registrados pela PNAD aumentaram seu contingente de trabalhadores: Indústria Geral (2,7%, ou mais 355 mil pessoas), Construção (3,3%, ou mais 246 mil pessoas), Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,4%, ou mais 654 mil pessoas), Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (2,9%, ou mais 373 mil pessoas) e Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (2,9%, ou mais 523 mil pessoas). Os demais não tiveram variação significativa.

Massa de rendimento dos trabalhadores ficou estável

O rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 3.343 no trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025, crescimento de 1,4% em relação ao trimestre encerrado em outubro e de 3,7% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.

Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) atingiu R$ 339,5 bilhões, ficando estável no trimestre e crescendo 6,2% (mais R$ 19,9 bilhões) no ano.

Segundo William Kratochwill, “o movimento da massa de rendimento real pode ser explicado pela variação do volume de trabalhadores ocupados ou pela variação salarial. Neste trimestre, a população aumentou em 2,4% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior, um aumento superior a 2,0 milhões de pessoas ocupadas”.

“Esse crescimento explica, em parte, o aumento da massa de rendimento em 6,2%, alcançando R$ 339,5 bilhões. No entanto, ao observamos a variação em relação ao trimestre anterior, a população ocupada diminuiu em 0,6%, ou seja, existiam menos 641 mil trabalhadores ocupados e, ainda assim, a massa de rendimento permaneceu estatisticamente estável”, concluiu o especialista, na nota.