Taxa Selic pode chegar a 14% em 2022, estimam economistas

Projeções apontam taxa em 13,25% ao final deste ano

A Selic, taxa básica de juros do Brasil, pode chegar a até 14% ainda neste ano, acima da projeção do mercado nos últimos meses.

Com isso, a expectativa é que a Taxa Selic, que atualmente está em 12,75%, alcance índices superiores aos 14% projetados por economistas do Credit Suisse e do BNP Paribas, de acordo com levantamento da “Bloomberg”.

Segundo a reportagem, existem grandes chances da taxa básica de juros igualar o mesmo último pico do ano de 2016, e terminar o ano de 2022 no nível de 13,25% ao ano.

“A inflação corrente continuará surpreendendo os banqueiros centrais, assim como as expectativas de inflação”, afirmou Lucas Vilela, economista do Credit Suisse.

Caso os novos estudos dos especialistas ouvidos pela Bloomberg se concretizem, o BC (Banco Central) terá maiores dificuldades para aliviar o aperto monetário no País, considerando o cenário macroeconômico que envolve conflitos geopolíticos e altas de juros em diversos locais do globo. 

A intenção do BC era de estagnar o aumento dos juros no nível de 12,75%, entretanto, a divulgação de dados de serviço e comércio no Brasil provocaram um novo anúncio de provável alta de 50 pontos-base na Selic.

A efeito de comparação, o Banco Central já elevou a taxa para 10,75 pontos percentuais desde 2021.
 

Alta da Selic pode impactar planos de reeleição de Bolsonaro

Mesmo com os reajustes constantes da taxa básica de juros no País, a inflação continuou seguindo a alta de preços de diversos produtos, o que, de acordo com os especialistas, pode impactar negativamente a tentativa de reeleição do presidente Jair Bolsonaro (PL).

A pesquisa divulgada pelo Datafolha,  na última semana, revelou que cerca de um terço dos eleitores do atual presidente alegaram que podem mudar de voto caso a inflação no Brasil registre mais aumentos.

Além disso, o índice de preços ao consumidor apresentou aumento de 12,2% ao ano no mês de maio, registro mais uma vez acima do projetado pelo mercado.

Contudo, o governo Bolsonaro segue tentando garantir que os desdobramentos da Selic no País não sejam um fator que impeça sua reeleição, por meio das diversas alterações no comando da Petrobras (PETR4) e constantes reclamações acerca do aumento dos combustíveis. 

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