A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), afirmou nesta sexta-feira (29) que a comunicação do governo federal sobre o pacote fiscal teve falhas. As medidas estão sendo divulgadas agora, segundo ela, então o câmbio e juros devem se acalmar.
“O ajuste vai ser mais do que os R$ 70 bilhões em dois anos. Só no ano que vem teremos R$ 30 bilhões de ajuste e mais R$ 20 bilhões, R$ 25 bilhões de pente fino em programas como o BPC/Loas”, comentou Tebet durante entrevista coletiva após o almoço da Febraban.
A ministra admitiu ter se firmado contra o anúncio do ajuste junto com a isenção de Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
“Foi uma decisão política, eu fui vencida. Mas é normal. O ajuste vai mais do que absorver o impacto da isenção, que só vem em 2026”, disse Tebet, segundo o “Valor”.
Além disso, ela reiterou que o presidente Lula está comprometido com o ajuste fiscal e que sua presença no ministério, sendo ela uma liberal em um governo do PT, é prova disso. “Para os juros caírem, precisamos de um fiscal organizado e Lula sabe disso”, afirmou.
Tebet garante coletiva sobre o ajuste fiscal na quinta (28)
A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou que não trataria do ajustes fiscal nesta quarta-feira (27), pois o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, já o fará em pronunciamento em cadeia nacional.
“Amanhã cedo, no primeiro horário, nós vamos dar a coletiva. Então, assim, em respeito a tudo que nós fizemos, ao sigilo que o presidente pediu, ao fato de que o ministro Haddad, que é o nosso coordenador, vai estar daqui a pouquinho em rede nacional, eu não posso adiantar absolutamente nada para vocês”, disse Tebet chegando ao lançamento de seu livro, na biblioteca do Senado.
A ministra disse, ao ser questionada sobre declarações de outros ministros, como Luiz Marinho, do Trabalho, que foi pedido sigilo a todos.
Tebet também comentou sobre a reunião que aconteceu mais cedo entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e Haddad para apresentação das propostas.
“Eu nunca participei de reuniões com presidentes de poderes. Nunca. Se vocês olharem, não é de praxe isso, nem natural que fosse. Então, não é nem pelo livro. Também não tem sentido eu ser chamada agora”, pontuou.
“Então, todas as vezes que o presidente precisa falar com o Poder Judiciário, com o Poder Legislativo ou com o presidente da Câmara e do Senado, sempre vai ou ministro-chefe da Casa Civil ou ministro da Fazenda”, disse ela, segundo o “InfoMoney”.