Simone Tebet (MDB), ministra do Planejamento e Orçamento, afirmou nesta terça-feira (15) que “chegou a hora de levar a sério” a revisão de gastos públicos no Brasil.
A ministra realizou uma reunião com Fernando Haddad (PT), ministro da Fazenda. Em entrevista a jornalistas após o encontro, ela afirmou que o governo federal pretende apresentar medidas ao Congresso Nacional, para que sejam votadas ou tenham discussões iniciadas ainda neste ano.
Serão iniciativas “justas” e “palatáveis”, segundo ela. Tebet enfatizou que o arcabouço fiscal, aprovado no ano passado pelo Congresso, continua de pé.
“Chegou a hora de levar a sério a revisão de gastos. Não é possível mais apenas pelo lado da receita resolver o fiscal. O arcabouço está de pé. Sem perspectiva de alteração”, disse Tebet, de acordo com a “Reuters”.
A revisão de programas sociais será levada adiante, disse a ministra, identificando possíveis fraudes e promovendo uma “revisão estrutural” nos gastos.
“Temos alguns debates interditados, como salário mínimo, aposentadoria acompanhando a valorização do salário mínimo”, ponderou.
“Eu e Haddad autorizamos a equipe a colocar propostas no papel. O segundo momento é fazer essas medidas chegarem à mesa do presidente Lula. Estamos otimistas de que esse pacote terá condições de avançar na mesa do presidente. Ideia é logo após o segundo turno conversar com o presidente Lula”, completou Tebet.
“Vamos cumprir a meta de 2024, a meta de 2025 e a de 2026. Estamos falando de qualidade do gasto público. No ano passado, olhamos pelo lado de fraudes. A primeira etapa foi feita e continua. A segunda etapa são medidas estruturantes, aquelas que a política permite”, concluiu.
Brasil pode crescer até 3% em 2024 sem pressionar inflação, diz Tebet
A ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet (MDB), declarou nesta quarta-feira (4) que o PIB (Produto Interno Bruto) do Brasil pode avançar até 3% sem pressionar a inflação. Segundo ela, o movimento seria condicionado ao crescimento impulsionado por diferentes setores da economia.
Tebet acrescentou que havia projeções de que o PIB potencial (quanto um país pode crescer sem afetar a inflação) do Brasil ficaria em torno de 1% a 1,5%. Atualmente, segundo a ministra, o FMI (Fundo Monetário Internacional) prevê que o País pode avançar 2,5% sem inflação. Contudo, o governo busca um número maior.
“Podemos crescer 2,8%, até 3%, sem bater na inflação, desde que o crescimento seja pela diversidade. Não é só o agronegócio; a indústria tem que comparecer para que a procura não seja maior que a oferta”, afirmou Tebet, de acordo com a “Exame”.
Na terça-feira (3), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou que o PIB cresceu 1,4% no segundo trimestre de 2024. O avanço foi muito maior que o esperado pelo mercado.
“Esse crescimento (o PIB do segundo trimestre) é de qualidade, porque ele vem da indústria, do investimento. A demanda pelos produtos, que vem por conta do salário aquecido, vai encontrar os produtos nas prateleiras, graças à indústria que está produzindo”, acrescentou Tebet.