O Tesouro Nacional informou que as despesas extraordinárias de combate à pandemia estão superando o déficit primário acumulado em 2021 e que o cenário é positivo em termos fiscais.
Na ausência desses gastos, o governo central já poderia estar registrando superávit, ‘’mas mantendo o cuidado extra com as contas públicas’’, disse o secretário Jefferson Bitencourt. Em documento com a divulgação do resultado primário de agosto, a secretaria disse que desconsiderando os gastos extraordinários de combate à pandemia, o Brasil poderia estar perto de zerar o déficit primário em 2021.
De janeiro a agosto, o déficit acumulado foi de R$ 83,3 bilhões, o acumulado no mesmo período em 2020 foi de R$ 601,3 bilhões. Dados do Tesouro informam que, até 17 de setembro, já haviam sido pagos R$ 89,9 bilhões dos R$ 135,6 milhões do volume autorizado de despesas para o combate à pandemia em 2021.
A previsão mais recente, divulgada na última semana, informa que o governo espera um déficit primário de R$ 139,4 bilhões, quantia equivalente a 1,6% do PIB. Em agosto, foi registrado déficit de R$ 9,9 milhões, com um ante déficit de R$ 96,1 milhões no mesmo período de 2020.
Esse resultado superou a mediana das expectativas da pesquisa Prima Fiscal, que indicavam déficit de R$ 24,9 bilhões. No mês de agosto, a receita líquida teve alta real de 5,2%, enquanto as despesas caíram 41,2%. Anualmente, houve alta de 28,4% pelo lado da arrecadação e baixa de 24% nos gastos. O resultado de agosto “corrobora a tendência de melhora consistente nos indicadores fiscais”, diz o Tesouro.