
Os Certificados de Depósito Bancário (CDBs) do Banco Pleno, antigo Voiter e ex-integrante do conglomerado do Banco Master dispararam no mercado secundário após o Banco Central decretar a liquidação extrajudicial da instituição de Daniel Vorcaro.
O Pleno pertence a Augusto Lima, ex-sócio de Vorcaro no Banco Master. Os dois foram presos pela Polícia Federal na Operação Compliance Zero. Embora o banco tenha deixado o conglomerado em setembro, evitando a liquidação, ele não escapou do efeito-contágio provocado pela crise do antigo grupo.
Conexão com o Master assusta investidores
Enquanto os CDBs do Banco Master e de outras instituições do grupo foram suspensos na plataforma da XP Investimentos, os títulos do Pleno seguem ativos. No entanto, as taxas elevadas mostram o nervosismo do mercado diante da ligação histórica com o Master e da prisão de Augusto Lima.
Os CDBs do Pleno com vencimento neste mês foram emitidos em duas séries: a primeira em 2023 e a segunda em 2024, com taxas de 100% e 114% do CDI, respectivamente.
A negociação atual desses mesmos papéis a 130% ou 165% do CDI significa, na prática, que investidores estão dispostos a vender os títulos por preços muito inferiores ao valor original, um claro sinal de desconfiança sobre o futuro da instituição.
Banco nega envolvimento e reafirma operação normal
Após as repercussões, o Banco Pleno divulgou nota negando participação nos fatos investigados pela Operação Compliance Zero. Além disso, afirmou que segue operando normalmente e cumpre as regras do Sistema Financeiro Nacional.
O banco também ressaltou a cobertura do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), que protege depósitos de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ.
Mesmo assim, especialistas alertam que taxas muito acima da média costumam indicar risco de crédito elevado. Eles destacam ainda que o aumento do custo de captação pode pressionar a saúde financeira do Pleno nos próximos meses.