Doendo no bolso

Tributação de LCIs e LCAs pode encarecer comida e moradia

Tributação pode afetar toda a cadeia produtiva, afirmam especialistas

LCAs e LCIs podem pedar no bolso do brasileiro. (Foto: nrd/Unplash)
LCAs e LCIs podem pedar no bolso do brasileiro. (Foto: nrd/Unplash)

A proposta de tributação de LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio)pode encarecer comida e moradia dos brasileiros, dizem especialistas, disse o Suno.

Essa e outras medidas fazem parte da Medida Provisória proposta pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT-SP) como alternativa ao encarecimento do Imposto sobre Operação Financeira (IOF).

As alternativas repercutiram em diversos setores durante essa segunda-feira (9). O temor é que a isenção encareça o crédito e toda a cadeia produtiva.

“Crédito mais caro e escasso pode levar os bancos a adotarem uma postura mais cautelosa”, disse Gustavo Sung, economista-chefe da Suno Research. “A elevação do custo atinge diretamente as operações financeiras das empresas e encarece o crédito das famílias, gerando incertezas no curto prazo e impactos negativos sobre a atividade econômica.”

Tributação das LCAs: especialista analisa impactos no crédito e investidores

O governo federal decidiu tributar as LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) como parte de um pacote fiscal para reforçar a arrecadação. 

A medida, anunciada no domingo pelo ministro da Fazenda, também inclui a taxação das apostas esportivas e o fim da isenção de outros títulos de renda fixa, como LCIs, CRIs e CRAs. 

Embora a proposta busque aliviar a pressão fiscal, seus impactos vão muito além das contas públicas.

Segundo Jeff Patzlaff, planejador financeiro e especialista em investimentos, o governo usa essa recalibragem como instrumento de compensação. 

Ao aumentar a receita com a tributação das LCAs, tenta suavizar o recente aumento do IOF sobre o crédito. 

Além disso, busca agradar setores políticos e preservar o arcabouço fiscal, mesmo diante da resistência no Congresso.

Por outro lado, a estratégia revela uma dependência excessiva de soluções temporárias. 

Em vez de promover uma reforma tributária estrutural, o governo opta por mudanças pontuais. 

Isso, portanto, gera insegurança entre investidores, empresas e instituições financeiras, que precisam de previsibilidade para tomar decisões de médio e longo prazo.