O presidente dos EUA, Donald Trump, assinou, na noite da última segunda-feira (10), uma ordem executiva que estabelece tarifas de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio a partir de 4 de março.
“Nossa nação precisa que o aço e o alumínio permaneçam na América, não em terras estrangeiras. Precisamos criar para proteger o futuro ressurgimento da manufatura e produção dos EUA, algo que não se vê há muitas décadas”, disse Trump.
Essa ação, que pode impactar severamente a indústria siderúrgica de países como México, Canadá e Brasil, é uma das promessas de Trump durante sua campanha, visando a taxação de produtos estrangeiros para favorecer a indústria dos EUA.
“Este é o primeiro de muitos. E você sabe o que quero dizer com isso? Outros assuntos, tópicos, proteger nossas indústrias de aço e alumínio é essencial. Simplificando: nossas tarifas sobre aço e alumínio, para que todos possam entender exatamente o que é: 25%, sem exceções. E isso vale para todos os países, não importa de onde venha”, completou.
Brasil e Canadá são principais afetados pela decisão de Trump
Cerca de metade do alumínio utilizado nos EUA é importado, principalmente do Canadá, enquanto aproximadamente 25% do aço consumido no país vem de fora, com grande parte proveniente de vizinhos como México e Canadá, ou aliados na Ásia, segundo o Departamento do Comércio dos EUA.
O Brasil foi o segundo maior fornecedor de aço para os EUA em 2024, atrás apenas do Canadá, de acordo com os dados do Departamento do Comércio americano. No ano anterior, em 2023, os EUA adquiriram 18% de todas as exportações brasileiras de ferro fundido, ferro ou aço, conforme o governo brasileiro.
Essa não é a primeira vez que Trump tenta aplicar tarifas sobre o aço e o alumínio importados. Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021, ele impôs restrições e tarifas sobre esses produtos, mas todas foram eventualmente removidas.
Paulo Gala: Brasil deve ser afetado por tarifas recíprocas dos EUA
O Brasil deve ser um dos países mais afetados pela imposição de tarifas recíprocas pelos EUA, anunciada na sexta-feira (7) pelo presidente do país norte-americano, Donald Trump. A implementação da medida colocaria taxas às importações americanas iguais às que os parceiros comerciais impõem às exportações dos EUA.
“E o Brasil, de fato, se destaca como um dos países que mais tarifam os Estados Unidos”, diz o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala.
Segundo dados da OMC (Organização Mundial do Comércio), o Brasil impõe, em média, tarifas de 14% aos produtos dos EUA, o que coloca o país na lista dos que mais tarifam, junto com a Argentina, Paquistão e Bangladesh.
De acordo com Gala, os produtos brasileiros que devem sofrer o maior impacto são o aço e o alumínio, considerando também a tarifa de 25% para esses produtos anunciada por Trump.