O presidente dos EUA, Donald Trump, decidiu demitir Erika McEntarfer, comissária do Departamento de Estatísticas do Trabalho (BLS, na sigla em inglês), após a divulgação de um relatório de emprego considerado fraco para o mês de julho.
A decisão foi confirmada pelo diretor do Conselho Econômico Nacional da Casa Branca, Kevin Hassett, em entrevistas concedidas no domingo (3).
Segundo Hassett, Trump pretende anunciar um novo nome para o comando do BLS “nos próximos três ou quatro dias”.
O conselheiro afirmou que o presidente “quer as pessoas dele” no órgão, para garantir números “mais transparentes e confiáveis”.
A demissão de McEntarfer ocorreu poucas horas depois da publicação do payroll, que apontou desaceleração na geração de empregos em julho e revisões negativas para os meses anteriores.
As mudanças reforçaram críticas de Trump, que chegou a afirmar que os dados haviam sido “manipulados” para prejudicá-lo politicamente.
Durante as entrevistas, Hassett negou que a troca tenha sido uma forma de “punir o mensageiro”, mas disse que revisões frequentes nos dados levantam suspeitas de possíveis vieses.
“Os dados não podem ser propaganda”, afirmou.
Especialistas e economistas de diferentes correntes reagiram com preocupação à decisão, apontando o risco de politização do BLS, tradicionalmente visto como uma instituição técnica e apartidária.
Eles alertam que interferências podem comprometer a credibilidade das estatísticas trabalhistas, fundamentais para a formulação de políticas públicas e decisões de mercado.
Trump, por sua vez, citou uma revisão realizada em 2024, que reduziu em cerca de 818 mil o número estimado de empregos ao longo de um ano, como exemplo de um suposto “padrão partidário” dentro do órgão.