Política monetária

Trump diz que sabe mais sobre taxas de juros do que Powell

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou acreditar que os oficiais do Fed o ouviriam sobre o tema

Trump
Foto: Divulgação

A relação conturbada que vem se construindo entre o presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente do Fed (Federal Reserve) – banco central do país – ganhou novos contornos. Após a posse do republicano, ele questionou o modo com Powell tem tomado as decisões sobre as taxas de juros e disse que planejava falar com o chefe do banco central “no momento certo”.

“Acho que conheço as taxas de juros muito melhor do que eles, e certamente acho que sei muito melhor do que aquele que está principalmente encarregado de tomar essa decisão”, disse Trump, em provável referência a Powell.

O presidente dos EUA conversou com repórteres logo após sua participação virtual no Fórum Econômico, na Suíça, na quinta-feira (23). “Se eu discordar, farei questão de deixar claro”, disse Trump, de acordo com a “Bloomberg”.

O republicado afirmou acreditar que os oficiais do Fed o ouviriam sobre o tema. Em paralelo a isso, Trump também pressionou a Arábia Saudita sobre uma redução nos preços do petróleo e pediu uma queda imediata nas taxas de juros. 

“Quando os preços do petróleo caírem, tudo ficará mais barato para o povo americano […] Quando a energia diminuir, isso vai eliminar grande parte da inflação. Isso vai automaticamente trazer as taxas de juros para baixo”, afirmou o presidente dos EUA.

Propostas de Trump para a economia podem sofrer revés

Donald Trump foi empossado como presidente na última segunda-feira (20). Em seu primeiro dia como mandatário, já assinou dezenas de medidas que revogam políticas do governo anterior. O discurso de uma ‘era dourada’ é visto por seus apoiadores como sinônimo de crescimento econômico e melhora da inflação que vem afetando os EUA desde 2022, quando atingiu seu ápice de 9,1% em junho.

Entre os argumentos da piora econômica estão o desemprego e o comercio externo que os Estados Unidos possuem com economias majoritariamente exportadoras como China e Brasil. Trump decidiu comprar a briga da diplomacia e promete taxar a maioria dos produtos importados, uma tentativa de aquecer a economia interna. O republicano também decidiu emitir decretos que prometem uma deportação em massa de imigrantes ilegais, fortalecimento das fronteiras, principalmente como o México, além de uma regulamentação rígida para aqueles que vivem no país legalmente.

Segundo resultado do livro Bege do FED (Sistema de Reserva Federal dos Estados Unidos, da sigla em inglês) o cenário é otimista, mas há preocupações com as consequências de longo prazo dos decretos presidenciais e a resposta da comunidade internacional.