JBS
Foto: JBS/Divulgação

O DJO (Departamento de Justiça) dos EUA abriu, nesta sexta-feira (7), uma investigação sobre a atuação das maiores empresas de processamento de carne do país.

A brasileira JBS está entre as quatro multinacionais mencionadas no comunicado divulgado pela Casa Branca.

Segundo o governo, a ação faz parte de um esforço para “reprimir cartéis estrangeiros” e “restaurar a concorrência justa” no setor.

Também são alvo da apuração as companhias Cargill, Tyson Foods e National Beef, que juntas concentram cerca de 85% do mercado de carne bovina nos EUA — ante 36% em 1980.

O comunicado ressalta que a JBS, de capital estrangeiro, é hoje a maior processadora de carne do mundo. O DOJ afirmou que irá investigar se as empresas violaram leis antitruste por meio de fixação de preços ou restrições de capacidade.

“Esta investigação busca erradicar qualquer conluio ilegal, restaurar a concorrência justa e proteger nossa segurança alimentar”, diz o texto do departamento.

O presidente Donald Trump também se manifestou nas redes sociais. Ele afirmou que os frigoríficos estariam elevando artificialmente os preços da carne bovina “por meio de conluio ilícito, fixação e manipulação de preços”.

“Enquanto o preço do gado tem caído substancialmente, o da carne embalada continua a subir. Sabe-se que há algo de suspeito. Vamos descobrir a verdade rapidamente. Se houver crime, os responsáveis pagarão um preço alto”, declarou.

Alta no preço da carne

A ofensiva de Trump ocorre em meio a uma relação tensa com os produtores de gado nos EUA. O presidente foi criticado ao sugerir a importação de carne da Argentina para conter preços ao consumidor, medida vista como ameaça pelos pecuaristas, que se beneficiam da escassez de oferta e da demanda aquecida.

Nos últimos meses, o preço da carne bovina atingiu níveis recordes no país. A seca prolongada reduziu os rebanhos e encareceu a alimentação do gado, levando o estoque ao menor nível em quase 75 anos.

A situação se agravou após o governo suspender importações de gado do México devido ao risco de disseminação da praga conhecida como bicheira-do-Novo-Mundo.