Alta ou baixa?

Trump x Kamala: quem é ‘melhor’ para o dólar?

O mercado observa a eleição dos EUA de perto, especialmente em relação às declarações que podem afetar a economia do país

Trum x Kamala/ Foto: Canva/ Reprodução/ Montagem: Luiza Gonçalves
Trum x Kamala/ Foto: Canva/ Reprodução/ Montagem: Luiza Gonçalves

A disputa entre o republicano Donald Trump e a democrata Kamala Harris está acirrada para a presidência dos EUA. O mercado observa essas movimentações de perto, especialmente em relação às declarações que podem impactar a economia norte-americana.

Analistas acreditam que a vitória de Trump pode valorizar o dólar, considerando que deve haver fuga de capital do Brasil para ser investido no mercado imobiliário norte-americano. Isso impactaria positivamente o dólar.

Já na outra ponta, caso Kamala seja eleita, sua atenção deve ser concentrada em atividades mais focadas na população, gerando uma espécie de abertura de mercado. Assim, é possível haver uma melhora nos relacionamentos dos EUA com outros países em termos de negócios, além do viés político e ideológico.

As afirmativas feitas ao BP Money são do CEO da Swiss Capital, Alex Andrade. Segundo o especialista, há pontos positivos e negativos nos dois candidatos, mas também há muitos pontos de atenção que podem ter impacto direto no desempenho do dólar.

“Sempre que o Trump ganha [as eleições], ele gera oportunidades de investimentos nesse mercado imobiliário, que se destacou”, apontou Andrade.

Trump é ex-presidente do país norte-americano. Seu mandato foi entre 2017 e 2021.

Recentemente, como parte da campanha para a sua reeleição, o candidato participou de um comício e acabou sofrendo um atentado, sendo atingido de “raspão” por uma bala em sua orelha esquerda.

Após o ocorrido, o dólar, bem como as bolsas norte-americanas, dispararam sob uma possível certeza de que Trump certamente ganharia as eleições. Na ocasião, o candidato competia com o atual presidente Joe Biden, que desistiu de se reeleger, dando espaço para Kamala.

Parceiros

Mas como “nem tudo são flores”, o especialista também sinalizou que as relações com outros países podem ser abaladas, especialmente os governos que possuem maior afinidade com a “esquerda”. “Isso acaba afetando as relações comerciais”, disse Andrade.

Kamala supera Trump ou ‘fica para trás’?

Em relação à Kamala, analistas apontam que a política aplicada por Biden, atual presidente dos EUA, é muito “apreciada” pela candidata. Vale lembrar que Kamala é atual vice-presidente de Biden.

Mesmo com as boas perspectivas em relação a possíveis melhorias nas relações dos EUA com outros países, a política de Biden é vista como uma “política de gasto governamental”. A afirmativa é de Marcelo Godke, sócio do Godke Advogados, advogado internacionalista e especialista em Direito Empresarial.

Segundo ele, o governo do atual presidente adota “uma política de gasto governamental, enfraquecimento das empresas, aumento de carga tributária, aumento da regulação. Isso certamente enfraquece a economia”.

Para Godke, bem como para outros analistas ouvidos pelo BP Money, é possível que a vitória de Kamala preserve uma certa estabilidade na cotação do dólar. Por outro lado, também pode haver tendência à desvalorização nos primeiros momentos, considerando que o mercado tem uma certa expectativa quanto à eleição de Trump.

Por outro lado, o analista de ações internacionais da Empiricus Research, Enzo Pacheco, acredita que mesmo com o efeito positivo no começo, poderia haver um cenário de alta da inflação.

Como exemplo, Pacheco apontou que o corte de impostos defendido por Trump poderia elevar ainda mais o déficit fiscal norte-americano. Por consequência, isso faria investidores exigirem mais juros nos títulos dos EUA, como disse ele em entrevista ao “SeuDinheiro”.

Essas movimentações que abalam a confiança dos investidores afetam diretamente a cotação da divisa dos EUA.