O UBS BB promoveu um aumento nas suas previsões para a taxa básica de juros ao fim deste ano, vendo agora Selic de 8%, com uma recuperação mais forte da economia impactando uma inflação já em alta. As informações são da Reuters.
Com isso, os juros terminam 2021 acima do nível neutro, considerado em torno de 6,5%, previsão anterior da instituição financeira. A Selic está atualmente em 4,25%, em alta desde março.
É esperado também pelo UBS BB que o Banco Central aumente o ritmo de altas para 100 pontos-base na próxima quarta-feira. Essa magnitude se manteria nas reuniões de setembro e outubro, caindo a 75 pontos-base em dezembro.
Alexandre de Ázara e Fabio Ramos, que assinam o relatório, explicaram que a razão para a mudança na previsão decorre da leitura de que o BC está contando com um ritmo menor de crescimento econômico em comparação com os números da pesquisa Focus e do próprio UBS BB. O menor crescimento decorreria de uma revisão para baixo na expansão do primeiro trimestre, que sairia de 1,2% para 0,6%.
No entanto, Ázara e Ramos exergam esse ajuste como “muito improvável” e que, sem o menor crescimento na conta, o BC provavelmente estimaria aumento do PIB perto de 5,5% neste ano, equivalente a uma redução de cerca de 1% no hiato do produto, o que por sua vez se traduziria num prognóstico de inflação 0,5% maior para 2022.
“Esse orçamento adicional de alta de juros aumentaria a taxa nominal de 6,5% para a faixa de 8,0% a 8,5%. Escolhemos 8% como taxa preferencial, mas acreditamos que ainda há algum risco de alta”, afirmaram os economistas.
Ainda segundo eles, o Banco Central brasileiro vem sendo o mais “hawkish” (inclinado a aperto monetário) e está ficando cada vez mais “hawkish”, com uma Selic acima do nível neutro podendo ser necessária para manter a inflação de 2022 na meta de 3,5%.
“Parafraseando o ex-presidente de banco central Mario Draghi, acreditamos que (o BC brasileiro) fará “o que for preciso”.”