Gastos do governo

UBS: ‘Faria Lima é o pouco que sobrou da poupança do brasileiro’

O cenário atual é desafiador para o Brasil, com uma desvalorização cambial de 15% a 18% e vulnerabilidades na balança comercial

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UBS BB / Foto: Divulgação

“A Faria Lima é o pouco que sobrou da poupança do brasileiro e, via preço dos ativos, está gritando para o governo parar de gastar”, declarou Andre Bannwart, chefe do multimercado UBS Evolution e da área de soluções no Brasil do UBS Global Wealth Management.

Bannwart destacou que uma possível reeleição de Donald Trump, com uma política de aumento de tarifas contra a China, afetaria negativamente o Brasil. “O Brasil depende da China, que representa quase 60% de nossa corrente de comércio. Se Trump conseguir impor mais barreiras à China, o Brasil terá um grande problema”, disse ele durante o fórum de investimentos do UBS, em São Paulo.

Segundo o executivo, o cenário atual é desafiador para o Brasil, com uma desvalorização cambial de 15% a 18% e vulnerabilidades na balança comercial. Para mitigar esses riscos, o Evolution aposta na valorização do dólar frente ao real nos próximos três a seis meses.

Bannwart também avaliou o impacto do pacote econômico prometido pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que deve gerar uma economia de R$ 30 bilhões, mas, segundo ele, ainda é insuficiente. “O governo e a Faria Lima estão em uma ‘conversa de surdos’: enquanto a Faria Lima pede contenção, o governo sugere mais gastos. Esse conflito mantém o cenário econômico sem uma definição clara, com um viés mais negativo se mantendo”, concluiu.

Vale (VALE3) tem recomendação rebaixada pelo UBS

banco UBS rebaixou a recomendação de compra da Vale (VALE3) para neutra e o preço-alvo das ADRs (American Depositary Receipts) de US$ 14 para US$ 11,50, de acordo com relatório publicado pelo nesta segunda-feira (11).

No texto, os analistas mencionaram a preocupação com os fundamentos da cotação de minério de ferro no mercado internacional a médio prazo e previsão de menor retorno aos acionistas.

“As exportações de aço da China são vulneráveis ​​a restrições globais e é pouco provável que sejam totalmente compensadas por estímulos”, afirmaram os analistas.

Com uma expectativa de aumento de oferta, eles projetam que o preço do minério de ferro deve ficar em patamares moderados, de cerca de US$ 100 por tonelada, no próximo ano e de US$ 80 a US$ 90 em 2026.

O UBS também cortou a projeção de prêmio do minério de ferro e pelotas e diminuiu em 9% a previsão para o Ebitda da Vale em 2025 e 2026, com riscos à macroeconomia depois das eleições nos EUA.

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