O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, disse que foi um erro o Ocidente ter garantido à Ucrânia que o país seria membro da Otan, a aliança militar formada por potências ocidentais. A declaração foi feita ao LCI, canal francês de televisão, em entrevista que foi ao ar na quinta-feira (10).
“Há momentos em que poderíamos ter reagido melhor. Por exemplo, propusemos coisas que não podíamos garantir, em particular a adesão da Ucrânia à Otan. Isso nunca foi realizado”, disse. Questionado, então, mais uma vez pelo jornalista se foi um erro convidar Kiev para a aliança militar, Borrell respondeu: “Eu acho que é um erro prometer coisas que não podemos cumprir”.
Entre os fatores que impediram a adesão ucraniana à Otan está a forte pressão russa para evitar que tropas ocidentais habitassem ainda mais suas fronteiras. Além disso, o regimento da aliança impede a entrada de países que tenham conflitos militares internos em aberto.
Ainda na entrevista, o chefe da diplomacia europeia comentou as sanções econômicas contra a Rússia e disse que o objetivo do Ocidente não é criar condições para que a população russa se revolte contra Vladimir Putin, mas sim parar a guerra.
Borrel ainda atacou o presidente russo e disse que há chances de Putin ter um fim como o de Slobodan Milosevic, ex-líder da Iugoslávia que morreu enquanto esperava seu julgamento em Haia, por crimes de guerra. “Essa hipótese existe. Eu acho que ele acumulou méritos para isso”, disse.